“As duas maiores lideranças políticas do Acre, hoje, são Gladson e Alan”, avalia o músico cristão Gemil Júnior, primeiro suplente de Alan Rick

Por Evandro Cordeiro

O administrador de empresas e bacharel em Direito Gemil Salim de Abreu Júnior, 44 anos, ou simplesmente Gemil Júnior, é o músico cristão que ocupa a primeira suplência do senador Alan Rick (UB). Antes ele havia se submetido às urnas duas vezes. Na eleição de 2018 foi quando melhor se posicionou, alcançando a primeira suplência de deputado estadual. Assumiu, inclusive, no último mês da legislatura, janeiro deste ano, na cadeira do deputado reeleito Luiz Tchê (PDT), que assumiu a Secretaria de Agricultura do Estado.

Empresário do ramo de pet shopping, tem experiências interessantes como gestor, com passagem marcante no Detran em governos anteriores. Nascido em Cruzeiro do Sul, filho de um praça do Exército Brasileiro, o primeiro suplente de senador leva uma vida discreta. Conceder uma entrevista só após análises. Ele teme falar demais. Colocado em uma posição privilegiada, correndo o sério risco de ganhar quatro anos de mandato no Senado, caso se confirme a tendência de Alan Rick virar governador em 2026, salvo o surgimento de outros cenários e os próprios desígnios de Deus, como ele mesmo fala, não tem como insistir nessa sombra. Ele é instigado a falar. E falou à nossa reportagem. Falou pouco, é bem verdade, mas revelou mistérios ao contar as razões de ter deixado o União Brasil para se filiar ao Republicanos e ao admitir que o atual governador, Gladson Cameli (PP), detém a maior popularidade da história, sendo, portanto, o fiel da balança nas próximas eleições.

Gemil Júnior só não gosta, pelo visto, de misturar a fé com a política. “Deus está no controle de tudo, mas a gente precisa trabalhar, se mexer. Não gosto de espiritualizar tudo”, revela. Talvez por isso não tenha demonstrado interesse em falar de sua religião, a cristã, e, principalmente, de sua igreja, a Batista do Bosque, onde é chefe do louvor e da administração geral.

Veja trechos da nossa conversa:

Acrenews – Qual a razão política de você ter deixado o União Brasil e se filiado no Republicanos?

Gemil – Você sabe que a história do Alan começou em 2014 no PRB, que virou Republicanos. O PRB era presidido pelo Marcos Pereira, ele veio no Acre, ajudou o Alan e aí o Alan se elegeu deputado federal primeiro mandato. Então isso aí já é uma história de um relacionamento muito antigo e agora o Alan fez um geste de gratidão, de parceria muito grande com o Republicanos, cedendo o primeiro suplente dele do União Brasil. Claro que politicamente isso é muito importante porque fortalece a gente, fortalece o Roberto Duarte, que é um parceiro da gente e a gente já começa a entender que são dois partidos grandes que vão caminhar juntos.

Acrenews – Como suplente do senador Alan Rick e, óbvio, um dos artífices da provável candidatura dele para o Governo em 2026, você sabe dizer com quais siglas o grupo já pode contar a essa altura, faltando três anos pra eleição e tendo uma eleição, a de prefeito, pelo meio?

Gemil – Eu tenho um pensamento da seguinte forma: pra mim as duas maiores pessoas políticas, com capilaridade política do Acre na atualidade, chamam-se Gladson Cameli e Alan Rick, principalmente da maneira também como o Alan ganhou, sem estrutura tão grande. O Alan se consolida, sim, pro futuro, como está credenciado a disputar qualquer cargo majoritário. É claro que a gente tem tratado isso com muita responsabilidade, com muito respeito. O Alan hoje tem um papel fundamental e no coração dele é focar no Senado, nos trabalhos que ele tem no Senado. Mas isso é claro que a política ela não para, né? As pessoas olham pro Alan, olham pra ele como um cara que tem uma responsabilidade, uma capilaridade política muito grande, mas isso tudo isso tudo vai acontecer através de uma construção. Hoje o Alan como presidente do União Brasil ele olha pra 2024 e só pensa em fortalecer o partido, eu também olho agora para o Republicanos pra ajudar o Roberto Duarte, pra fortalecer o partido, e depois se constrói o que vai acontecer em 2026. O fato é que hoje ele está focando no trabalho dele no Senado e no final das contas o que vai acontecer é o que o povo quer. As pesquisas vão sair e o que o povo quiser a gente vai vai trabalhar pra pra fazer o melhor pro Estado.

Acrenews – Você está posicionado em uma situação privilegiada, uma repetição da história da Mailza (atual vice-governadora). Como cristão, você também atribui os acontecimentos na sua vida a Deus?

Gemil – Como cristãos que nós somos, claro, tudo que vem na nossa vida é proporcionado por Deus. Deus cuida da gente. Mas eu tenho algo que eu vou te dizer: a gente vive uma vida espiritual, com certeza, mas eu não espiritualizo tudo. Vou te explicar o motivo: muitos cristão, ainda mais os mais novos eles sofrem porque alguns ficam dentro das suas casas dizendo que Deus vai bater na porta e dar um emprego pra ele. Pode acontecer? Pode, mas na maioria das vezes não acontece. A pessoa tem que ir pra rua, trabalhar, se capacitar, entregar currículo, ir atrás. Então eu não posso dizer que é cem por cento que Deus, Deus me deu um livre arbítrio do ano passado de ter ajudado o Alan, de ter sido humilde. A surpresa veio porque realmente eu entendo que Deus tratou de uma forma muito grande. E na tua matéria eu queria que você ressaltasse uma pessoa que foi fundamental pra isso, o Jairo Cassiano. Gostaria que você falasse que eu quero atribuir de eu estar hoje como suplente porque o Jairo Cassiano foi um cara que teve uma visão pra isso, sabe? De ajudar, de ele fazer com que as coisas também acontecessem em relação a essa suplência.