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Nosso colunista Janes Peteca conta a incrível jornada de seu Francisco, um seringueiro de 112 anos cheio de lucidez
Na imensidão da periferia, onde as histórias de vida ganham vida, encontramos Seu Francisco Pereira de Lima, um homem notável que completou recentemente 112 anos de idade. Seringueiro por profissão, ele carrega consigo memórias que remontam a um tempo em que a Amazônia era o cenário de sua rotina desafiadora.
Seu Francisco nasceu em uma pequena comunidade ribeirinha, no coração da floresta amazônica. Sua infância foi marcada por dificuldades, mas também por uma profunda conexão com a natureza e a descoberta da arte de extrair o valioso látex das seringueiras. Desde tenra idade, ele acompanhava seu pai em suas expedições pela selva, aprendendo os segredos da profissão que se tornaria sua paixão.
Com o passar dos anos, Seu Francisco se estabeleceu como um seringueiro habilidoso, cujo conhecimento e dedicação eram reconhecidos por toda a região. Ele atravessava rios, enfrentava animais selvagens e superava obstáculos naturais para chegar às árvores de seringueira. Seu trabalho era vital para a economia local, pois o látex extraído era exportado e utilizado na fabricação de borracha para diversas finalidades.
No entanto, a vida na floresta amazônica também trouxe consigo uma série de desafios. Seu Antônio presenciou a expansão do desmatamento e a chegada de empresas que exploravam a região sem se preocupar com a preservação ambiental. Ele testemunhou as mudanças no ecossistema, a perda da biodiversidade e o impacto negativo nas comunidades tradicionais.
Apesar dos obstáculos enfrentados, Seu Francisco perseverou e dedicou sua vida à proteção da Amazônia. Ele se tornou um defensor da preservação ambiental, conscientizando as pessoas sobre a importância de respeitar e cuidar da floresta. Sua sabedoria e experiência se tornaram inspiração para as gerações mais jovens, que veem nele um exemplo de resistência e amor pela natureza.
Hoje, aos 112 anos, Seu Francisco carrega consigo um tesouro inestimável: suas histórias. Ele compartilha com orgulho suas memórias de uma época em que a floresta era exuberante e cheia de vida. Suas narrativas são um lembrete poderoso de que a preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos, e que cada pessoa, independentemente de sua origem ou condição, pode fazer a diferença.
Seu Francisco, o seringueiro centenário, é um exemplo vivo da força e da resiliência daqueles que vivem à margem da sociedade. Sua história é um lembrete de que por trás de cada pessoa há um universo de vivências e ensinamentos a serem compartilhados e seguido. É preciso dar voz à periferia, valorizar suas narrativas e aprender com a riqueza de experiências.