POLÍTICA
Zona rural de Plácido de Castro é uma das mais acessíveis do Estado devido a programa de recuperação de ramais
Por Evandro Cordeiro
O município de Plácido de Castro, situado na fronteira com a Bolívia, às margens do rio Abuna, é um dos polos de produção agrícola emergentes no Acre. Em menos de dois anos estar deixando de ser apenas produtor de subsistência para colheitas maiores, além do crescimento na criação de gado e outras culturas rurais. A explicação é simples e direta: o acesso garantido pela prefeitura por meio de ramais bem cuidados.
Placido de Castro tem uma população estimado de 20 mil pessoas, oito mil das quais vivendo na zona rural, divididas em 80 ramais com seus 1.274km. Ao assumir a prefeitura, em 2021, o prefeito Camilo da Silva (PP) entendeu imediatamente que precisaria focar nesse nicho. A situação era bem desagradável, segundo testemunha de moradores, até então. Um ‘ramal’ chamado Maloca, por exemplo, era na verdade um picadão sobre um brejo, impossível até para trânsito de carroças. Weliton Lopes, de 41 anos, que se criou nessa região, hoje se assusta com o novo momento. “As vezes nem acreditamos que os ramais estão desse jeito”, diz.
Logo que assumiu a prefeitura o professor da rede estadual de ensino Camilo da Silva, um homenzarrão bem humorado, mas capaz de chegar no trecho e demitir na hora servidor que estiver capinando sentado, tratou de iniciar as operações de recuperação da malha viária rural. Em parceria com o governador Gladson Cameli (PP), por meio do Deracre, as primeiras operações conseguiram melhorar, tirando a zona rural daquele ambiente inóspito, inacessível.
Com o passar do tempo, o trabalho foi profissionalizado e em 2023 perto de metade dos ramais estão com acesso garantido de inverno a verão. Além da base bem feita, a secretária de obras do município conseguiu piçarra de primeira qualidade. São mais de 600km trafegaveis e a ideia, nesse verão, é concluir os outros 600km. “Só sossegarei quando vê nosso povo da zona rural com acesso à cidade a qualquer hora do dia ou da noite”, diz o prefeito Camilo, um dos dois melhores avaliados do Acre, sendo o primeiro a prefeita de Brasileia, Fernando Hassem (sem partido).
Morador da Maloca, margem do Visionário, fala do alívio de ter ramal
O hoje motorista Welington Lopes da Silva, de 41 anos, sai de manhã de casa, no ramal Maloca, e parte pra cidade, trabalhar. Tanto fa chover. Ele mora há 13 anos na região onde há 50 anos era uma colocação de seringa localizada às margens do igarape Visionário. “Nasci em Plácido há 41 anos e sou testemunha. Esse prefeito atual, o Camilo, vai entrar pra história como o gestor que mudou a realidade da nossa zona rural”, elogia.
Além de moradores satisfeitos, o prefeito Camilo da Silva tem agradado a Câmara Municipal, onde estão representantes legais da população, os vereadores. O presidente da casa, Zé Nunes (PSD), fala pouco, mas suficiente para reconhecer a presença da prefeitura na zona rural. “Nossos agricultores estão se sentindo protegidos”, diz. O líder do prefeito, Francisco Rodrigues da Silva, o Mazinho (PSD), tem opinião semelhante. Político até a alma, ele acredita que, quando Camilo precisar do povo, a resposta vem. “Ele já está na história”, gaba o parlamentar subindo íngreme ladeira do ramal dos Inocentes.