ARTIGO
Professor doutor Antônio Furtado escreve sobre “O Estado e o civismo”
Nada mais natural do que uma administração querer deixar sua “impressão digital” – usando o princípio da Discricionariedade Administrativa. Mas que não seja “uma cicatriz” com queloide. Que seja uma marca em favor da sociedade, não em proveito de grupos que se aproveitam de ascender ao Poder com discursos de suposta democracia. Uma vez chegando no poder, cuidam de “retirar a escada” pela qual subiram.
A liberdade de expressão, capacidade de autodefesa e autonomia da vontade, são inegociáveis. Imprescindíveis para o indivíduo viver em estado de liberdade. Não há progresso sem liberdade.
Veja-se o estado americano que, com pouco mais de 330 milhões de pessoas, consegue o prodígio de produzir o que representa, no setor industrial, a marca de 17,9% do PIB mundial e empregar 20% da população (tecnicamente) ativa, segundo o Banco Mundial.
Masters na produção das riquezas dos humanos. Tudo pelo entendimento do cômpito de juntar: liberdade, livre iniciativa e produção de riquezas.
Mas neste caminho é essencial a DISCIPLINA. Sem este foco não se consegue maximizar as potencialidades individuais. Não há progresso social e econômico real. Como está expresso no positivismo da nossa Bandeira: ORDEM e PROGRESSO!..
Pois bem! Sem disciplina- neste sentido: ordem – não iremos a lugar nenhum. Seja no plano individual ou coletivo. As Escolas Cívico-Militares têm este MOTE: Disciplina e Hierarquia.
Neste pisar, nos sirva, sem ideologias, como exemplo biológico: as Colmeias e os Formigueiros onde as abelhas e as formigas trabalham sob este regime: hierarquia e disciplina. Sendo exitosas. Já as baratas, não sendo cooperativas, não têm produção. Talvez por isso sejam onívoras. Comem de tudo.
Beleza de lição a mãe natureza nos dar. A decisão do MEC de extinção do Programa das Escolas Cívico-Militares é um tiro no CIVISMO. No meu inconformismo, reporto-me ao saudoso filósofo Darcy Ribeiro: “(…) só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar, nunca…”
Meu desconforto cidadão tem origem em alguns fatos, como coisas que temos a fazer: retirar nossas crianças das ruas, desmobilizar as vendas de drogas nas portas das escolas, dar ocupação, em tempo integral, para os nossos jovens. Custa barato!… muito barato, se comparado ao estrago na sociedade, a inação, em não fazer isto.
Dever de todos e obrigação do estado.
E as Escolas Cívico-Militares se apresentavam como um embrião promissor deste processo no atendimento às tais demandas. A quem interessa a extinção deste Programa?….
Luz no fim do Túnel – é que estas Escolas são: estaduais e municipais. E estes Entes federados poderão mantê-las. Claro, sem o dinheiro do MEC e toda a “catimba” que, certamente, advirá para o Gestor que não as fechar.
Concluo citado o eminente Dr. Darcy Ribeiro: “(…) se os governantes não construírem escolas, em 20 anos, faltará dinheiro para construir presídios”. Infelizmente, uma profecia nefasta! Registro meu mais veemente protesto sobre esta desastrada decisão MEC. Só DEUS na causa!…
Autor: Antônio Furtado
Engenheiro, Advogado e
Professor Universitário