GERAL
Forró do Pombo Roxo fecha as portas em Sena Madureira deixando saudades nos forrozeiros
Por Wanglézio Braga
Os empresários Raimundo de Holanda (59) e Alzenir Santos (62) anunciaram o fechamento da casa de shows – Forró do Pombo Roxo – que levou por 17 anos muita música e descontração aos dançantes da região do Yaco. O ambiente que funcionava nas proximidades da ponte de Sena Madureira, na entrada da cidade, não conseguiu vencer a crise financeira e encerrou as atividades dando lugar a uma oficina mecânica.
Ao AcreNews seu Raimundo de Holanda relatou que o Forró do Pombo Roxo foi por muitos anos referência de forró na região, atraindo um público da zona rural do Bujari, de dentro da cidade, de ribeirinhos de Sena Madureira, de Manuel Urbano e até de Feijó.
O ambiente oferecia bebidas, quitutes e um salão para o ‘arrasta pé’. Por lá, figuras políticas da cidade como ex-prefeitos, vereadores e até ilustres visitantes da capital Rio Branco, também frequentavam em dias de festas. Era um ambiente animado e folclórico.
“Quando comprei aqui, o local era só no barro, daí, crescemos o nosso salão e formamos o bem frequentado Pombo Roxo, que atraiu por 17 anos pessoas de vários lugares da região. Vinha gente de muito longe para cá. Era uma das principais casas dançantes de Sena Madureira que recebia do mais pobre ao mais rico, com atendimento igualitário”, disse Holanda.
Questionamos o motivo do nome inusitado. “Coloquei o nome do forró em homenagem a mim, pois eu sou conhecido como Pombo Roxo”, disse Raimundo e explicando a origem de seu apelido: “Meu apelido de infância é Pombo Roxo. Foi dado por um tio que chegou para me conhecer, quando eu era um bebê, e soltou que eu parecia um pombinho roxo. Esse apelido pegou na família e na cidade. Ninguém me conhece por Raimundo, apenas por Pombo Roxo”.
Holanda reclama que o preço da bebida e dos altos custos com operações para manter o espaço, como contratação de seguranças, garçons, pagamentos de alvarás fez com que a direção cogitasse o fechamento. A decisão foi feita em conjunto e definitiva. “A gente viu que na cidade tem um monte de bares, com músicas ao vivo, quase tudo de graça. Como é que vamos competir com esse povo?” questiona.
Dona Alzenir disse que a renda da família vinha do Forró do Pombo Roxo. Com o apurado das noites, sobretudo da bebida, eles conseguiam sustentar a família. Muitos dos filhos do casal já não vivem mais no local. Um deles, que frequenta uma igreja evangélica, apelou para o encerramento do forró.
“Resolvemos acatar o conselho do meu filho e encerramos o forró. Agora o espaço vai ser receber um novo ambiente, uma oficina para um filho que tem um ponto ao lado e vamos permanecer com um mercantil. Uma nova jornada que seguiremos. O Forró do Pombo Roxo vai nos deixar saudades”, concluiu.