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No dia do aniversário de Cruzeiro, Ere Hidson acha mais uma “joia” do Juruá, dr Valber, advogado do Brasil da soja

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O multicultural Ere Hidson está com a agenda cheia de personalidades do Vale do Juruá para contar suas histórias, em um trabalho de resgate histórico sem precedentes naquela que é uma das regiões mais abundantes do Acre. A lista de gente que fez o Juruá ser grande nos últimos cem anos é extensa e vai virar livro, depois de mostrada um a um pelo Acrenews.
Na edição desta quinta-feira, 28, dia do aniversário de Cruzeiro do Sul, Ere Hidson conta a história do advogado do Brasil que produz soja, no centro-oeste brasileiro, doutor Valber Melo.
Acompanhe a seguir:

Ere Hidson

Filho de Valter Melo, ex-taxista e pecuarista, e de dona Terezinha de Lima Silva, ex-funcionária pública e atualmente aposentada, tendo como única irmã Viviane Melo, também advogada, casado com Lisa Broeto e pai de Felipe e Artur Broeto Melo, eu conto hoje, em parte, a história de mais um personagem histórico do nosso Juruá, o advogado Valber Melo, criminalista, especialista em direito penal econômico, mestre em direito pela Universidade Autônoma de Lisboa, Portugal, e Doutor em Direito pela Universidad del Museo Social Argentino (UMSA).

Professor de Direito Processual Penal e Direito Penal em diversas instituições, Valber é pós-graduado em Ciências Criminais; especialista em Direito Penal e Processual Penal; especialista em Direito Público, Conselheiro Nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas – ABRACRIM/MT e membro da Comissão de Juristas do CNMP para Reforma do Código Penal. Autor de livros e artigos jurídicos.
Com intensa atuação na área do direito penal e direito administrativo sancionador, se notabilizou por atuar em casos emblemáticos e com repercussão nacional, sendo reconhecido por clientes e amigos como o “advogado dos poderosos” do Centro-Oeste.
Atuando na defesa de políticos como governadores, senadores, deputados, ministros, integrantes do poder judiciário e empresários.

Tudo começou em Cruzeiro do Sul-Acre, exatamente na escola São José, que é uma escola referencia, na época dirigida sobre a regência do Irmão Mariano, da Ordem dos Maristas. E também pelo Professor Nilo Castro, na época, Vice-diretor.

“Era um ensino de excelência, que não deixava a desejar a escola nenhuma do Brasil”, destaca o ritmo educacional, mãos de ferro do Irmão Mariano.
Na época, ia pra escola a pé, algumas vezes, seu pai levava, outras vezes por causa do trabalho, não dava tempo. Mas, era hábito da época, ir a pé para escola, e morava relativamente perto.
Algumas vezes, uma freira me levava e também trazia de volta, porque ela morava em um convento próximo da nossa casa.

Depois, inicia o ensino médio na Escola Professor Flodoardo Cabral.
Destaca vários professores, dentre eles a Professora Lucila Brunetta de Biologia, Professora muito comprometida com o ensino.
E lembra de muitos amigos que fez lá, que mantém contato até hoje.
No ano subsequente, foi a inauguração da Escola Dom Henrique Ruth, que era mais próxima a sua casa, mudou-se para lá, e foi inclusive, aluno da primeira turma da referida Escola.
Destaca os movimentos culturais, na DHR.
Destaca também alguns Professores.
Professor Souza Neto.
Professora Vera de Física.
Professor de química e amigo Elimar.
Professor Natan e tantos outros bons professores.
Nessa transição, do ensino médio para a faculdade, sem saber exatamente ainda qual curso ingressar, e tampouco para qual cidade ir.
Imaginava que fosse pra Manaus, pela ligação histórica que Cruzeiro do Sul tem com Manaus.
Ou até mesmo Rio Branco, a capital, pois eram as duas opções mais prováveis por conta dos familiares que lá moravam.
Amizade é tudo.
Destaca que o vizinho e amigo, Venilson Correia, filho do saudoso prefeito e pecuarista, Sebastião Correia, o convidou para ir estudar em Goiânia.
E foi tudo muito rápido, tomar essa decisão.
Falei com meus pais, eles perguntaram: você quer ir para lá? Eu imediatamente disse que sim, e eles desde o início me apoiaram e se sacrificaram para que eu pudesse realizar meus sonhos e objetivos.
Fomos fazer contas.
O ano era 1999, passagens aéreas caríssimas, tudo muito difícil.

Meus pais tiveram que locar a casa deles na cidade, e foram morar na fazenda, que eles tem até hoje, para eu poder estudar, sem o apoio incondicional deles não teria chegado a lugar nenhum, destaca o ilustre Cruzeirense e Nobre Advogado.

     Chegada em Goiânia.

Fez cursinho preparatório, fez 3 vestibulares.
Passou em 2, mas tinha que optar.
Daí sua mãe conta de uma tia que morava em Cuiabá.
Mudou-se para Cuiabá, destaca também a dificuldade de se comunicar na época com a familia.
“Era tudo ainda muito primitivo, na base do orelhão e cartas” e só eram aos domingos que tinha tempo de ligar onde as ligações eram mais em conta.
E as cartas demoravam muito a chegar, tanto de ida como de volta.
Cartas essas que ainda guardo até hoje.

       Começo em Cuiabá

Começou a fazer duas faculdades. Economia e Direito. Mas, chegou um momento que não dava mais para conciliar as duas faculdades, abriu mão de Economia e ficou exclusivamente no Direito.
Com uma convicção meridiana de quem sabe exatamente o que quer ser da vida, Valber conta que seu sonho inicialmente, era se formar, e voltar ao Acre.
Para trabalhar e está perto da família e amigos.
Obstinado, queria se voltar ao Acre, sim, mas, queria se preparar bem.
Todos os esforços enquanto estudante, destaca o sacrifício que os pais faziam por ele.

“Eu não tinha o direito de fracassar” Destaca.

Aluno que gostava da parte do Direito Criminal, então no oitava período, acompanhava os professores e já fazia bastante Júri.
Ganhou muita experiência e aprendizado, e já ganhou um contrato de Professor na própria instituição que se formou com apenas 23 anos.
Já formado, começa a vida de professor universitário a convite da professora Danusa que lhe incentivou e abriu caminho para que pudesse ministrar aulas em várias faculdades do Estado do Mato Grosso.
Universidade de Cuiabá
Universidade Diamantino
ICEC, dentre outras. Ainda com 23 anos.
foi convidado a dar aula na escola superior de direito (ESUD), que foi referência nacional.
Curso preparatório para juiz, promotor, defensor público e provas da OAB, primeira e segunda fase.
Ministrou aulas para milhares de alunos, o que possibilitou a ficar mais conhecido na cidade.
“ESUD era uma escola preparatória de excelência e me abriu asportas para o mercado de trabalho, sou muito grato ao professor Luís Orione Neto.
É muito gratificante o aprendizado com os alunos e a troca de conhecimento , hoje tenho vários alunos que são destacados advogados, juízes, promotores etc…
Hoje em dia, com intensa atuação na advocacia, não consegue mais ministrar aulas como antes, mas de vez em quando ainda ministra aulas na escola superior de advocacia e da magistratura.
E também palestras em vários lugares do Brasil num número bem menor que gostaria, devido ao pouco tempo que dispõe, devido ao exercício da atividade advocatícia, lhe consumir bastante tempo.
Ressalva que nunca cobrou por palestras, são todas filantrópicas.
“Nunca cobrei por nenhuma palestra, minha satisfação e retribuição e contribuir de alguma forma com a formação dos alunos e colegas “
já vim ao Acre dar palestras algumas vezes. Na realidade, eu gostaria de ter recebido isso quando comecei. “ E sempre uma satisfação, contribuir com a formação dos alunos, colegas e conterrâneos”.
Não foram dias fáceis no início em Cuiabá. Tinha que pegar 3 ônibus, para chegar na faculdade, saindo da casa da minha tia.
” minha tia tem uma parcela significativa na minha formação, juntamente com meus pais. Ela me incentivou muito e me apoiou incondicionalmente “
Morei com ela 3 anos. E só sai de lá, quando minha irmã Viviane chegou para morar comigo, e estudar. Ela também formou-se em Direito.
Muita gratidão a minha tia Rosa e Carmelia Soriano que sempre acompanharam de perto minha vida e formação.
Não só a elas, mas todas as minhas tias, tios e familiares foram importante. Tanto da família da minha mãe, como também da família do meu pai, todos me apoiaram.
Lembra ainda que voltava uma vez por ano para Cruzeiro do Sul, nos tempos de estudante. Para rever familiares e amigos, sempre com aquela vontade de voltar formado e trabalhar em Cruzeiro.
Mas, as coisas foram acontecendo em Cuiabá, e o Mercado de trabalho foi me absorvendo.
“Minhas férias eram no estágio da promotoria de Cruzeiro”
Destaca a época do Dr Romeu, um amigo especial.
Defensoria publica de Cruzeiro, na pessoa do Dr Alberto, que desde o início abriu as portas para o primeiro estágio, além de ser pai de um grande amigo.
Tendo inclusive participado do Projeto Cidadão do TJAC nessa época, indo até o Parque Nacional da Serra do Divisor.
“Nas minhas férias, procurava fazer estágio, não eram remunerados, não me importava com isso, a intenção era somente apreender e adquirir conhecimento “.
Quando me formei, já tinha essa expertise, então nessa ruptura do Direito Penal tradicional, com o direito penal econômico, ou como alguns chamam de Colarinho Branco, eu visualizei essa área como um nicho de atuação. Na verdade, eu ja concentrava os estudos nessa área, apesar de na época, essas matérias específicas não serem ministradas na grade curricular.
Quando perguntado sobre o Acre que deixou lá atrás, para estudar, e o Acre de hoje, Valber destaca dentre outros pontos o crescimento populacional do estado, quebra de fronteiras com o avanço tecnológico, maior facilidade de aproximação com o restante do Brasil , mas com aumento significativo de violência urbana.
Relembra que Cruzeiro do Sul era uma cidade pacata, cidade tranquila, sem indicies de violência e motivo de orgulho para todos que lá residiam.
Quando perguntado se há alguma causa que o advogado não defenda, Valber diz que: o advogado é indispensável a administração da justiça. A garantia do direito de defesa deve ser plena, e uma conquista no estado democrático de direito e não pode sofrer restrições, isto sem contar que no Brasil existe o princípio da presunção de inocência.
Tendo toda essa “Bagagem” de formação na advocacia, docência e academia, Valber diz que nunca pensou em sair da advocacia e nem ocupar qualquer outro cargo, apesar de já ter sido convidado para colocar o nome a disposição a figurar em lista de Tribunais .
Também já escreveu 2 livros em coautoria . Inclusive um deles, está na biblioteca do Supremo Tribunal Federal/STF.
Que é um livro sobre a colaboração premiada, que vem sendo citado e lembrado.

“ Apesar da formação acadêmica, me identifico mais como advogado, gosto de ser advogado, de ter o DNA da liberdade, de estender a mão aqueles que sofrem opressão estatal”
A advocacia também me realiza, além da defesa para aqueles que necessitam, ela me levou a lugares que jamais poderia imaginar, juntamente com minha família, que são meu verdadeiro alicerce.
Então, eu só tenho a agradecer a Deus que me guiou nesse caminho e vem me sustentando, meus pais, minha esposa, meus filhos, irmã, familiares e amigos que sempre me apoiaram incondicionalmente.

        Mensagem para a juventude. 

Acho que é possível mudar. Lógico que isso passa pela educação, passa pelos esforços, passa pela força de vontade e passa sobretudo pelo esforço extra.
Todos são capazes; agora tem que ter uma definição de um objetivo. Tem que ter um foco específico, e tem que ter uma dedicação ao que se propõe.
Se fizerem isso e estudarem, trabalharem com afinco todos podem alcançar seus objetivos.
“Existe espaço para todos . Agora, não existe para quem quer ficar acomodado e não quer ir a luta”
O fato de eu ter saído de Cruzeiro do Sul, sem perspectiva nenhuma e através dos estudos, trabalho e dedicação, poder realizar meus sonhos, exercer a profissão que me propus, significa que o mesmo está ao alcance de todos que tiverem foco, objetivo definido e esforço extra.
Napoleon Hill, quando escreveu o livro a Lei do Triunfo; ele fala muito sobre isso: definição de um objetivo
Esforco- extra
E o que ele chama de Mastermind
Se aliar com outras pessoas , adquirir conhecimento com outras pessoas que possam te ajudar nesse processo, conviver com pessoas que pensam como você.
Então eu acredito que é possível para todos, agora tem que acreditar e fazer o esforço-extra.
Falou o Advogado e Professor-Doutor, o Cruzeirense Valber Melo de 42 anos.

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