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GERAL

O espírito empreendedor do casal Agamedina e Epitácio, que fundaram grandes empresas em Cruzeiro do Sul

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Por Eré Hidson

Filha do seringalista Agamedes Sales e Clodomira de Barros Sales, costureira, nossa personalidade deste domingo, 26, é a professora Agamedina Sales de Melo, formada em pedagogia pela Ufac. Nascida em 2 de julho de 1946, no pós Segunda Guerra Mundial, em Cruzeiro do Sul, Território Federal do Acre, casou-se com com Epitácio Tomé de Melo, outro cruzeirense nascido em 14 de agosto de 1942. Ele filho de
Teodorico Fernandes de Melo, agricultor, seringueiro e seringalista, e de Francisca Tomé de Melo, dona de casa.

Epitácio e Agamedina tiveram quatro filhos:
Núcia Sales de Melo, pedagoga e empresária;
Núbia Sales de Melo, advogada; Núria Sales de Melo, odontológa; Epitácio de Melo Júnior, empresário.
De regatão a agricultor a empresário próspero, nascido na Russa Velha, trabalhou com o pai Teodorico desde muito cedo na agricultura. Depois trabalhou e morou na Pucallpa em engenho de cana-de-açucar, de propriedade de um homem chamado “Isique” (in memorian). Depois mudou-se para o Seringal Ouro-Preto com o pai, nessa fase, já como dono de seringal.
Também trabalhou com aviamentos de mercadorias na rio Juruá, fase que foi regatão.
Com espírito de empreendedor nato, Epitácio também fez torrefação de café. Montou o Café Nauas em Cruzeiro do Sul, em sociedade com o seu irmão João Melo (in memorian), depois venderam para a família do empresário Antônio Parente (in memorian).
Com espírito arrojado e ousado, também compraram uma fábrica de sofá no interior de São Paulo, fase que o irmão João Melo muda-se com a familia para aquele Estado.
Também teve no início de tudo, quarto no mercado municipal (mercado do pão). Destaca a amizade e inspiração que sempre teve no cunhado, Floriano Bandeira.
Epitácio lembra ainda que sempre trabalhou muito, sobrando muito pouco tempo para os estudos. Ainda assim, sempre incentivou os filhos a estudar.
Todos são pessoas bem sucedidas.
Destaca que o sucesso empresarial também veio pela parceria que sempre teve com os seus colaboradores.
“Eu sempre gostei de tratar os funcionários com dignidade e respeito, eu sempre tive como método, tratar bem os clientes para que eles voltassem outra vez”, diz.
Construiu um complexo empresarial familiar, o Grupo A Cruzeirense.
Também tem atividade de pecuarista, que passou para o filho Epitácio Júnior.
Olhando para trás, vendo a trajetória vitoriosa que teve e tem na vida, Epitácio agradece a Deus e destaca que sempre teve na esposa, Agamedina, um esteio que ajudou a erguer os sustentáculos da vida.
Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher.

Já a professora Agamedina nos conta passagens interessantes da vida familiar, inclusive sobre a questão educacional. Filha de seringalista e
nascida no Seringal Grajaú, lembra que pai e mãe tinham como idealismo de vida, educar as filhas.
Lembra a casa das sete mulheres, sendo elas:
Amaríades Sales
Agaíse Sales
Agamedina Sales
Agamedilza Sales
Agamenilza Sales
Agameneuza Sales
Agamelinda Sales.

Destaca um fato interessante que foi o avô delas, Alfredo Sales, que foi prefeito de Cruzeiro do Sul, deixou uma lista de nomes de homens e mulheres.
“O meu pai considerava muito o pai dele, tanto que quando o pai dele morre, o meu que passou a cuidar dos seus irmãos”, conta.
Lembra ainda que o pai via a situação das mulheres que nasceram uma época que o machismo era brabo.
Então ele não queria que as filhas fossem se submeter a situações de risco e investiu pesado na educação das filhas, no Instituto Santa Teresinha, no internato.
Lembra que já saiu do Seringal Grajaú alfabetizada pela sua tia, professora Amélia de Barros.
Ficou dois anos no internato no Instituto Santa Teresinha, depois fizeram o colégio no mesmo método educacional de internato em Porto Walter, mudou-se e estudou mais dois anos.
Destaca a grandeza que foi Dom José Ascher, idealizador de grandes obras e feitos no Juruá, inclusive na questão educacional.
Criou o Instituto Santa Teresinha, escola São José, escola em Porto Walter e trouxe os Irmãos Maristas para o Juruá.
Então, Agamedina estudou até a 4° série naquela época, e já estava preparada pra dar aula.
Lembra ainda que antes mesmo de terminar o internato, já tinha ouvido falar naquele que viria ser mais tarde seu companheiro da vida toda, Epitácio Melo.
“Quando eu estava no internato, as irmãs dele, Zeti Melo e Marieta Melo, estudavam comigo, e no colégio, as meninas escolhiam um pretendente. E eu falei; gente, eu quero esse Epitácio, e a Zeti recrutou, Agamedina tu não quer não, é um amarelinho feinho, e disse; não, eu quero é esse amarelo mesmo, aos risos, nos lembra”
Um dia no novenário de agosto, no Alto da Glória ainda, eu estava com a turma toda, quando chega chega a Glória Souza, e diz; Agamedina eu quero te apresentar uma pessoa, e eu pergunto, quem é? É o Epitácio o amarelinho aquele…a partir desse dia, nós não mais nos desgrudamos, lembra.
Agamedina também foi fiscal de tributos da Fazenda estadual.
Também foi mentora intelectual e idealizadora do CEANOM Centro Adiles Nogueira Maciel, juntamente com a Associação Comercial do Alto-Juruá. Atualmente o CEANOM é dirigido pela sua filha, a empresária e pedagoga Núcia Sales Melo.
O CEANOM oferta vários cursos e sobretudo aulas de música, violão e afins, para crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. Nesses anos todos, já atenderam aproximadamente 2300 jovens, com valores e acolhimento através da música.
Também foi catequista da igreja católica.
Ultimamente tem se dedicado a cuidar da Fazenda da Esperança Feminina, juntamente com Beatriz Cameli e outras amigas.
“Me sinto uma pessoa realizada, principalmente pela formação dos meus filhos”.

Para a filha empresária e pedagoga, Núcia Sales Melo, os pais foram e são o eixo e a base de sua vida.
Por tudo o que eles fizeram e fazem. Seja através da educação, ou estimulando a terem uma profissão, os deixando independente financeiramente e os tornando fortes.
“Eu não sei se isso vem da base da minha mãe, que eram 7 mulheres, e com a decadência dos seringais, elas tiveram que sobreviver e cuidarem umas das outras, se ajudarem mutuamente”
E pelo outro lado de seu pai, que veio do seringal numa época que várias pessoas vinham tentar um lugar ao sol, e ele foi muito precursor, foi muito visionário com a inteligência que lhe é característica, pensava um pouco fora da caixa, inovação sempre foi uma de suas marcas registradas. Viajava e sempre trazia coisas diferentes para as lojas.
Sempre investiu muito em Cruzeiro do Sul, e tem orgulho de construído tudo em Cruzeiro do Sul e realmente nos dar muito orgulho desse casal, então eu sou muito grata pela a Agamedina e pelo Epitácio na minha vida.

Para a filha e Advogada Núbia Sales Melo, sente muito orgulho da trajetória maravilhosa que os pais tiveram na vida.
“Uma pessoa que tinha tudo pra não dar certo, veio do interior, batalhou, criou os filhos, nos deu educação, sempre com a minha mãe ao lado, buscando que os filhos tivessem profissão, estimulou muito que a gente estudasse, portanto, eu só tenho orgulho desse meu povo lindo”

Já a filha e odontológa Núria Sales Melo, destaca que se falar de seus pais, é algo muito fácil; pois todas as virtudes que traz consigo na vida em relação a respeito ao próximo, generosidade que aprendeu com a mãe. Valores de família por conta da união dos pais. Lembra que essa união dos pais, fizeram com que eles fossem crianças bem tratadas e realmente foram crianças de verdade, e isso fez com que hoje nós somos adultos com uma visão de empreendedorismo, e sermos profissionais que temos muita responsabilidade.
“Sou muito voltada pro trabalho e com responsabilidade por conta do meu pai. O meu pai sempre foi muito do trabalho e com uma visão fora da curva”
Desde pequena que eu ajudava nas lojas, e isso fez com que nós tenhamos um censo de responsabilidade muito grande e a vontade de trabalhar dentro da gente, portanto é muito fácil falar deles e eu sou uma pessoa muito grata pela vida deles, e por ser filha deles. Meus pais são pessoas maravilhosas e eu não posso reclamar de absolutamente nada, só agradecer.

Já o empresário Epitácio de Melo Júnior, se diz um admirador número 1 dos pais por tudo que representaram e representam na vida dele.
Destaca também uma passagem bonita do seu avô Agamedes Sales em colocar todas as filhas para estudar.
“Eu tenho muito muita gratidão e agradeço a Deus por tê-los como meus pais, foram excelentes educadores, conselheiros, amorosos, e sobretudo nos ensinaram valores da honestidade, portanto, só gratidão pela educação que eles me deram”.

Já a neta mais velha, a Empresária Eduarda Bardi, destaca as memórias que tem desde muito cedo.
São muitas memórias desde criancinha passando o final de semana na casa dos avós, e também quando os pais viajavam, sempre tinham acolhimento e muito amor na casa dos avós. Eles sempre foram avós e agora bisavós muito presentes e muito amorosos e até hoje são.
“A minha vó é muito muito importante na minha vida. Muito especial e ela está presente na maioria das minhas memórias desde a minha infância”
São muitas memórias na fazenda, de passar o final de semana lá, e também de está na loja com o meu avô, dele me ensinando sobre tecidos. Portanto, foram avós sempre presentes e participativos em nossas vidas.

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