Professor Antônio Furtado escreve bela crônica sob o tema “Novos tempos”

NOVOS TEMPOS

Nesse, 17.nov. 2023, foi dia de muitas movimentações e estórias mil, como sempre.
Atividades que, certamente, deixaram/deixarão marcas ao longo do tempo. Como soe acontecer
com grandes eventos.
Muitos de excepcionais lembranças – 17.nov.1903 – o Tratado de Petrópolis. Pacto Internacional que consolidou o Acre como território brasileiro. Acontecimento de grande repercussão internacional e muito producente para o Brasil. Aumentou o território brasileiro em 16 milhões de hectares. Acabou uma guerra e pacificou a fronteira seca do Brasil com seus vizinhos: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia.
Mas, neste mesmo dia, na sexta-feira (17.11), houve Eleição Geral no Sistema CONFEA/ CREAs/MÚTUA. Comunidade da tutela da lei 5194/66 e leis de mesma espécie . O Sistema regulador das profissões das Engenharias, Geologia e congêneres.
Uma ocorrência democrático de grande magnitude. Evento envolvendo mais de um milhão de profissionais liberais de Alta Tecnologia.
Mas teve participação mínima nas votações, quase pífia. Votaram cerca de 20% dessa comunidade profissional.
Parece haver desencanto com os rumos dado por este Conselho Regulador ( lei 5194/66). Não trouxe para os seus tutelados os resultados que a inspiração do legislador buscara com tal códex.
Muitos o veem apenas como um CARTÓRIO. Só se aproxima para cobrar. Sejam: anuidades, multas, regramentos de condutas e outras regulações.
Que, embora cogentes – obrigam a todos – mas está sempre PUNINDO mais aos profissionais legalmente habilitados do que aos LEIGOS que estão atuando na prática deletéria do exercício profissional ILEGAL.
Sabido ser muito perigoso e prejudicial à sociedade este procedimento ilegal e criminoso.
O Sistema é essencial à segurança jurídica e exercício das profissões. Mas não está atuando como esperado. Sendo este o sentimento dominante na categoria.
A cúpula não entende assim. Em especial, os Dirigentes do CONFEA/DF; Presidentes de CREA’s; Conselheiros, dentre Outros.
Não entendem que o Sistema foi instituído com o OBJETIVO MAIOR de: Defesa da Sociedade e o Aprimoramento Profissional.
Na prática este Sistema Regulador – não tem realizado – nem UM , nem Outro – destes objetos e missão.
Pois bem! Nesta caminhada de “descida da montanha”, que estamos vivenciando, surge uma “luz no fim do Túnel”. Como dito no popular.
Aos Fatos. É que ocorreu, nesta Eleição Geral, crescimento da presença feminina na Direção do Sistema. Algo da maior relevância.
Assim: para Presidentes de CREAs, Diretoria Geral e Diretoria Administrativa da Mutua, foram eleitas muitas mulheres.
No caso do Acre, dos TRÊS profissionais eleitos, DOIS são Mulheres – 67% do total.
Sendo à Presidência, a Enga. Carmem Nardino e Eng. Luciano Sasai , Agrônoma Soraya Lima, os dois últimos, para a Mútua. Crescimento exponencial no escopo da Eleição Geral, que repetiu resultados próximos a este Percentual.
Uma mudança e tanto. E para melhor. Considero e torço por feliz desfecho.
Quiçá seja o “sangue novo” que o Sistema estava, desesperadamente, precisando.
Cá, comigo mesmo, imagino que este alvissareiro fato seja produto do – Programa Mulher – instituído e estimulando na Gestão Joel Krüger – que oportunizou às nossas brilhantes e aguerridas líderes profissionais pudessem “ em pé de igualdade” participar da Administração do Conselho. Chancelou grande avanço. E colheu frutos.
Mas poderia ter tido colheita maior.
Observe-se que para à Presidência do CONFEA houve apenas uma candidatura de Mulher. A da Dra. Fátima Có, nossa Joana D’Arc do Sistema das Engenharias!…Parabéns!
Não que o Sistema CONFEA seja misogênico. NÃO. Mas, havemos de convir , sempre teve a presença masculina como dominante.
Bom lembrar que fazem parte do Sistema, mais de 200.000 profissionais mulheres. Uma benção!
Grande expectativa ( esperando falar por outros pares) que essas briosas, aguerridas e denodadas profissionais, agora eleitas, possam harmonizar e fazer as correções de rota para a missão reguladora do exercício profissional das categorias sob tutela do Sistema. Não será tarefa fácil.
Como me apraz fazer, reporto-me ao saudoso poeta amazônico Thiago de Mello, que na poesia “ Estatuto dos Homens “-, disse:”(…) l… talvez não precisemos mudar o CAMINHO, mas tão somente a forma de CAMINHAR…”.
Por fim, parabenizo a todos os ELEITOS, desejando sorte boa para nós!
Novos dias virão. Torcendo para o sucesso desse Grupo que determina o Sucesso das Engenharias!…

Autor: Antônio de Lima Furtado
Engenheiro, Professor Universitário e Nativo do Acre.