POLÍCIA
Associação critica projeto do Governo de colocar câmeras nos uniformes dos militares do Acre
Da redação do AcreNews
Numa publicação em redes sociais, nessa quarta-feira (17), a Associação dos Militares do Acre (AMEAC) questionou a iniciativa do Governo do Acre de implantar nos uniformes das policiais câmeras de segurança. O valor do projeto que espera ajuda do Governo Federal para a devida implantação, custaria cerca de R$ 40 milhões. A autarquia representativa questionou o motivo do estado preferir em ‘vigiar’ do que melhorar a carreira dos trabalhadores.
“Por que o Estado se dispõe em investir quase 40 milhões para vigiar a Polícia e quase nada para melhorar a carreira, condições de trabalho e salário dos policiais? O Estado não se cansa de dizer que enfrenta dificuldades financeiras, tanto o Estado do Acre como a União, reclamam diuturnamente que o orçamento está apertado e a exiguidade de recursos públicos, principalmente para demandas como melhoramento de carreira e remuneração dos Servidores, e aqui, me reservo a falar do meu público, Militares Estaduais”, diz trecho da publicação.
A AMEAC considerou como “estranheza que recebemos a notícia que este Estado que falta dinheiro para tudo, agora tem interesse de gastar 40 milhões em implantação de câmeras corporais para vigiar, sim, este é o termo, os policiais no exercício de suas funções. Indo assim na contramão do que prega, deixando claro que dinheiro tem apenas para o que lhe é de interesse”.
A associação reconheceu que “é inegável que muitas coisas foram feitas em termo de infraestrutura nos últimos anos, apaziguando um pouco a calamitosa situação que a Segurança Pública e em especial os militares enfrentam em seu dia a dia, mas basta uma rápida visita aos quartéis, que veremos que ainda falta muito, do mobiliário, quase todos velhos, boa parte reaproveitados, à água de consumo”.
A instituição aproveitou a oportunidade para denunciar alguns problemas nos quartéis. “Temos quartéis com sérios problemas estruturais, temos unidades, em especial nos municípios isolados como Santa Rosa, entre outros, operando em situações de total insalubridade, funcionando na raça, coragem e amor servil e social dos militares que ali operam”, diz a postagem.
Ao final da publicação, a AMEAC faz uma série de questionamentos aos gestores do governo, pede respostas e enfatiza: “É na escassez que mostramos qual é a nossa prioridade”.
“Deixo, pois, o seguinte questionamento ao Gestores do Estado, não seria mais eficiente, viável e urgente o melhoramento das condições de trabalho dos Militares? Porque não usar esses muitos milhões de reais para as reformas estruturais urgentes de nossos quartéis em especial do interior ou em equipamentos que lhes dê melhores condições operacionais? Ou ainda, melhor, quitar com estes a dívida do Realinhamento Remuneratório prometido na campanha eleitoral de 2018? Não seria melhor motivar os militares com uma carreira digna? Aguardamos vossa resposta, que indicará qual a prioridade deste, se é investir na “vigilância” da ação policial, ou nas melhores condições para que o Policial possa atuar contra o Crime”, conclui.