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Valterlucio Campelo

A corrida dos políticos para o centro faz o colunista Valterlúcio Bessa Campêlo perguntar se o ‘centrismo está na moda’

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O centrismo está na moda?

 

Valterlucio Bessa Campelo

Parece que o centrismo entrou na moda com tudo já no início da “estação eleitoral”. Movidos pela imprensa e programas de televisão que batem palmas e praticam o wokeismo – expressão viva do extremismo de esquerda em todo o mundo, os políticos estão correndo para o “centro” como quem procura abrigo perante um temporal que se anuncia no horizonte. Interessante que, ao falar de extremismo, nem precisam dar-se o trabalho de dizer que estão falando da direita, do conservadorismo, do bolsonarismo, como se fosse possível na política extremismo de uma banda só.

Muitas vezes, quando leio certas notas na imprensa, identifico logo a ignorância, eles simplesmente não sabem do que falam, mas, outras vezes, é oportunismo mesmo. Muita gente está entrando naquela propaganda de que “o povo não gosta de extremismo”, então correm para despir suas roupas vermelhas. Um deles, outro dia disse em um programa de entrevistas que o PT, seu partido há mais de três décadas, é só uma sigla para concorrer, mas ele é “de centro”, quer ser um Senador para cuidar do Acre “meu partido é o Acre”. Quase caio para trás. Antes, um deputado estadual havia dito que seu partido (comunista) é de centro-esquerda. Acordou Marx, Engels, Lenin, Stálin, Mao e todos os anjos caídos na chapa dos genocidas no inferno. Qualquer hora dessas o Cesário também dirá que esse negócio de esquerda e direita não vale. Aí é pacabá.

Na direita também se vê este movimento. É a “esperteza” aceitando e, ao mesmo tempo, se afastando do gueto em que foram jogados os defensores de pautas morais e conservadoras. De vez em quando um deles adota o mesmo discursinho hipócrita, praticamente se misturando com seus adversários “ui, sou de centro”. É o abandono cínico e burro das ideias em favor da algema midiática. Esses sacripantas têm medo de serem chamados de extremistas pelos adversários ou por outro tipo de vigarista.

Como se fosse a madame Dinah, ou aquela jornalista que sabe tudo de antemão, prevejo uma campanha com todo mundo se acotovelando no “centro”, essa marmota política de quem não sabe do que se trata ou não tem coragem para assumir sua ideologia perante o eleitor ou, então, como defendia Lenin, está apenas seguindo o manual revolucionário, segundo o qual a mentira e a dissimulação são táticas plenamente aceitáveis. A esquerda instruída sabe disso, mas muitos outros não, apenas seguem o cheiro do voto.

Tenho, porém, minhas dúvidas sobre o resultado dessa tática eleitoral. A despeito do entendimento contrário de uma parte significativa dos candidatos e de seus apoiadores, seja nos partidos ou na imprensa, na última eleição – para prefeito, deu errado. Quem da esquerda se enfiou em um paletó “de centro”, escondendo os fundilhos vermelhos, se deu mal. Aliás, não é outro o motivo do presidente recém-eleito do MDB, Vagner Sales, já ir “dando a letra” de que não quer o PT no seu palanque nem pintado de azul. Viu com os próprios olhos e sentiu na própria carne que o povo, apesar de tudo, sabe a diferença.

Toda essa gente deveria parar, desligar a TV, tirar os olhos da velha imprensa e raciocinar um pouquinho. Alô! A polarização é resultado e não causa! É a sociedade que produz a polarização e não o contrário, suas bestas quadradas! Vocês acham que maquiar o discurso e vir para a TV, com gestos e palavras estudadas do tipo “onde eu vou tem Acre”, para desviar a atenção e não se posicionar no quadro social polarizado engana o eleitor?

Eu nem deveria avisar, mas aviso assim mesmo. Com a sociedade polarizada, quem não tiver lado vai ficar na chuva, não é, Senador Petecão? Acham que vão prender ou matar o Bolsonaro, humilhar seus filhos, cassar os adversários, e no próximo ano o Brasil estará pacificado com todo mundo vestidinho de branco, neutro como xampu de bebê? Se acham, acham errado. A despolarização, ou seja, o esfriamento da temperatura política, a diminuição da radicalização de posições antagônicas, só será possível com anistia, o desencarceramento e a restauração dos direitos políticos de todos, e não com o sacrifício do líder. A JUNTA que governa o Brasil e prepara a vingança contra milhões de conservadores que ousaram sair de suas casas, está potencializando Bolsonaro em níveis jamais vistos no Brasil, está criando um mártir, e nós sabemos o que isso significa.

Então, façam um favor a si mesmos e ao processo político. Assumam seu ideário, deixem de falsidades, aposentem o bom mocismo manjado, mostrem suas bandeiras e suas camisas, exibam seus ídolos, portem seus estandartes, gritem suas palavras de ordem, aproximem-se honestamente do povo, ele está vendo tudo.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no  DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

 

 

 

 

 

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