Acre é o segundo estado com maior proporção de presos por homicídio em relação às mortes violentas

O Acre ocupa a segunda posição no ranking nacional que mede a proporção de pessoas presas por homicídio em relação ao número de mortes violentas intencionais (MVI) no país. O levantamento integra a nova plataforma do Ranking de Competitividade dos Estados, desenvolvida pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com base em dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen/Infopen) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O Distrito Federal lidera o indicador.

O estudo procura estimar o quanto os homicídios registrados resultam em prisão efetiva de suspeitos, oferecendo uma medida indireta da eficácia do sistema de investigação criminal e da estrutura de responsabilização judicial nos estados. Quanto maior o indicador, maior a proporção de presos por homicídio em relação ao total de mortes violentas.

A metodologia se apoia no Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen). Primeiro, calcula-se a parcela da população prisional que responde por homicídio — incluindo simples, qualificado, culposo e culposo na condução de veículo automotor — em relação ao total de crimes entre os detentos. Em seguida, o valor édividido pelo número de mortes violentas intencionais, que somam homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.

A posição elevada do Acre no ranking pode ser interpretada sob dois pontos de vista. Por um lado, indica maior taxa de responsabilização em casos de homicídio, especialmente num estado que enfrenta histórico de violência letal associada a facções. Por outro, acende alerta para o agravamento da superlotação carcerária, já crítica no sistema penitenciário local.

O CLP destaca que o indicador não mede a redução da violência, mas sim a conversão de homicídios em prisões. Especialistas reforçam que políticas de segurança duradouras exigem combinação entre investigação qualificada, prevenção ao crime organizado e redução de conflitos armados em territórios vulneráveis.

A análise completa pode ser conferida em: rankingdecompetitividade.org.br.