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Acre lidera ranking nacional de mães Adolescentes em 2023, aponta IBGE
Um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um cenário preocupante no estado do Acre. Em 2023, o Acre registrou o maior percentual do país de partos cujas mães tinham até 19 anos de idade na ocasião, atingindo a marca de 21,4%. O índice coloca o estado à frente de todas as outras Unidades da Federação, evidenciando uma questão social e de saúde pública que demanda atenção urgente.
Os dados do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (16), detalham a proporção de nascimentos de mães adolescentes em cada estado brasileiro. A comparação com outras regiões do país expõe a disparidade: o Distrito Federal, por exemplo, apresentou a menor taxa, com apenas 7,3% dos registros de nascimento envolvendo mães com menos de 20 anos.
O percentual do Acre, mais que o triplo da taxa do Distrito Federal, acende um alerta para as autoridades e a sociedade civil. A gravidez na adolescência está frequentemente associada a fatores como menor escolaridade, dificuldades socioeconômicas, maior risco de complicações na gestação e no parto, além de impactar as oportunidades futuras tanto da mãe quanto do filho.
Especialistas apontam para a necessidade de políticas públicas mais eficazes no Acre, abrangendo desde a educação sexual nas escolas até o acesso facilitado a métodos contraceptivos e o acompanhamento multidisciplinar para jovens e suas famílias. A alta taxa de gravidez precoce também pode estar relacionada à falta de oportunidades de educação e emprego para jovens mulheres na região.
Enquanto o Brasil busca reduzir os índices de gravidez na adolescência, o Acre se destaca negativamente neste ranking do IBGE, reforçando a urgência de um debate aprofundado e da implementação de ações concretas para reverter essa realidade e garantir um futuro melhor para as jovens acreanas.
Assim como a redução da natalidade e da fecundidade, também o envelhecimento do padrão de fecundidade vem sendo sinalizado nos últimos Censos Demográficos. Isto se observa no aumento do número de registros de nascimentos gerados por mulheres mais maduras.
Entre os anos de 2003 e 2023, a representatividade de nascimentos gerados por mães com 30 a 34 anos de idade aumentou de 14,6% para 21,0% do total de nascimentos. No mesmo período, para os nascimentos gerados por mães com 35 a 39 anos de idade, a variação subiu de 7,2%, em 2003, para 13,7%, no ano de 2023.
Houve diminuição do número de registros de nascimentos gerados por adolescentes com até 19 anos de idade no Brasil, variando de 20,9% em 2003 para 11,8% em 2023. O recuo aconteceu em todas as grandes regiões, apesar das proporções ainda expressivas, especialmente nas regiões Norte (18,7%) e Nordeste (14,3%).
A maioria (25,5%) dos registros de nascimento em 2023 ocorreu entre mães de 25 a 29 anos de idade na ocasião do parto. Isto corresponde a 641.180 registros. Em seguida, está o grupo de 20 a 24 anos, com 594.235 nascimentos (23,6%) e que apresentou importante recuo: o percentual variou de 31,1%, em 2003, para 25,5%, em 2013, decrescendo para 23,6%, em 2023.