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Acreano que mora na Turquia faz relato ao AcreNews sobre as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia no leste do continente europeu
Conflito eleva os preços dos alimentos no território turco; uma dúzia de ovos já chega a custar o equivalente a R$ 80,00
Por Tião Maia, para AcreNews
O artista plástico Dinildomar das Chagas Moura, de 53 anos, acreano de Rio Branco que vive em Istambul, na capital da Turquia, fez, por meio do aplicativo WhatsApp, nesta sexta-feira (18), relato sobre as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que entrou para o 24º dia de bombardeiros os quais transformaram o gelado continente, no leste europeu, num verdadeiro inferno. Situada entre a Ásia e a Europa, a Turquia se mantém neutra nesta guerra, mas como outros países vizinhos, como a Lituânia, não está escapando das consequências do conflito.
De acordo com o acreano, que é casado e tem filhos na Turquia, a primeira consequência da guerra a atingir as famílias de países fora do conflito foi o aumento de preços. Ele cita como exemplo o preço de uma palma de banana, que custa na moeda local – a Lira Turca – algo próximo a R$ 30 reais. “Uma dúzia de ovos já custa o equivalente a R$ 80,00, certamente o ovo mais caro do mundo”, disse.
A subida de preço, segundo ele, deu-se imediatamente à declaração de guerra à Ucrânia pelo estado Russo. “A guerra cria uma série de dificuldades de logística por todo o continente e a consequência imediata é o aumento no valor das mercadorias de primeira necessidade”, disse Moura. “Se essa guerra não parar logo, o sofrimento vai ser de todo o povo mais pobre do continente europeu”, avaliou. “Pior que os preços, o que castiga também é o frio, caindo neve o tempo todo, e o pessoal corre risco de ficar sem dinheiro para comprar agasalhos”, acrescentou.
Dinildomar Moura, que vive expondo seus quadros ao redor do mundo, começou a trabalhar como desenhista em Rio Branco, fazendo, em 1994, o desenho de um tucano que ilustrava a capa da lista telefônica Listel, da extinta Teleacre, e daí ganhou o mundo. Ele já expôs seus quadros em salões da Rússia, da China e de outros países europeus, sempre ganhando prêmios e admiradores. Sua temática são quadros que remetem á Amazônia e seus povos, o meio ambiente e as causas humanitárias. “O que fica na memória da gente, onde quer que a gente vá, nós levamos”, diz o artista sobre as lembranças de suas origens amazônicas. Nos últimos concursos dos quais participou, o artista foi premiado por quadros retratando o drama da imigração na Europa, o sofrimento da Terra com a pandemia do coronavírus e outros temas apreciados pelos admiradores das artes plásticas ao redor do mundo.
Mesmo com a guerra, ele disse que vai continuar vivendo no continente europeu. Ele avalia que, no Brasil, principalmente no Acre, é muito difícil viver de arte.
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