Antônio Aquino, o acreano que pode dirigir a CBF, acredita na inocência do presidente Caboclo, afastado após denúncia da Globo

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O advogado acreano Antônio Aquino Lopes, de 73 anos, é um forte candidato a presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um dia. Primeiro, é um dos oito vice-presidentes com mandato até 2023; depois, é o segundo mais velho. O primeiro é o coronel Antônio Carlos Nunes, que inclusive assumiu a presidência interinamente no lugar de Rogério Caboclo, afastado por 30 dias, após denúncia de assédio sexual divulgada pela Rede Globo, curiosamente a emissora que perdeu o direito de transmissão da Copa América para o SBT, acontecimento bissetriz de uma guerra na qual entrou até a política. Aquino, no entanto, tem mais tempo dentre todos os dirigentes.

Para acontecer uma nova eleição, em que Aquino pudesse figurar como candidato, o presidente Rogério Caboclo precisará ser afastado em definitivo, caso a acusação seja comprovada. Nesse caso, nosso acreano não deixa de ser um dos nomes cotados. A nova eleição seria convocada imediatamente para no máximo 30 dias. Mesmo comedido nas palavras, como em toda sua vida pública, Aquino Lopes admite estar no páreo e que ele dirigir a CBF não é um sonho. 

Para chegar à presidência da CBF e cravar o nome do Acre em definitivo na galeria dos ex-presidentes de uma das entidades mais fortes ligadas ao esporte no Brasil, as vias legais seriam pelo voto em eleição ordinária, ou até mesmo extraordinária, segundo Aquino. Jamais por meio de acontecimentos “estranhos”, diante de um afastamento ocorrido em meio a uma guerra entre CBF e Rede Globo, emissora que se levantou contra a Copa América, alegando as mortes por Covid no Brasil, ao mesmo tempo em que transmite Campeonato Brasileiro e Libertadores da América. “Muito estranho”, opina Aquino, em conversa conosco pelo telefone, direto do Rio de Janeiro. Ele acredita na inocência do presidente Rogério Caboclo e não pede segredo. “Nesses 30 dias ele deverá trazer a verdade sobre esses ocorridos e certamente provar sua inocência”, diz Aquino.

MAS QUEM É AQUINO LOPES?

Antônio Aquino é um acreano que dirige a Federação de Futebol do Acre desde 1984. Dia 20 de abril de 2019 ele tomou posse no nono mandato consecutivo. A gestão deve permanecer até 20 de abril de 2023. As eleições seguidas dele, em sua maioria, foram por meio de votações bem folgadas em relação aos adversários. Clubes e imprensa, com raras exceções, fecham com ele sempre, no que pese ele ser acusado de se distanciar de todos depois das eleições.

A Federação Acreana de Futebol existe desde 1919, mas até 1946, o futebol, por aqui, era administrado pela Liga Acreana de Esportes Terrestres (Laet). A partir de 1947 até 1988, a Federação Acreana de Desportos (Fad) comandou as ações do esporte no estado. No ano seguinte, o futebol foi profissionalizado, justamente em uma das gestões do atual presidente Antônio Aquino. Conhecido como “Toniquim”, construiu um estádio novo, o Florestão, levou o Acre até a série C, mas na atualidade o futebol anda em crise. A pandemia internacional tem levado a culpa. Ele também já tentou se eleger para a política. Perdeu e desistiu. “Não penso mais em disputar”, confessou ao Acrenews. Já a CBF..