Aos 12 anos, filha de acreano que jogou cinco temporadas do futebol português é a ‘papa-títulos’ do vôlei de areia em Rio Branco

Os torneios de vôlei de areia em Rio Branco, sobretudo os promovidos pela AABB, tem a mesma favorita sempre nas categorias sub-12, sub-14 e sub-17, a Sara Maria Ico. Com apenas 12 anos de idade e 1,70 de altura, a longilínea garota arrasa as adversárias. Além de ter praticamente todos os fundamentos, ainda tem uma parceira com nível equivalente, a Ana Clara, de 13 anos e 1,72 de altura.

Essa dupla na quadra é sinônimo de oponente amarelado. Quem garante isso são os números. Juntas, elas abiscoitaram todos os troféus de primeiro lugar em competições do mês de março deste ano realizadas em Rio Branco. Mais: em categorias bem acima da delas, como a sub-17, por exemplo.

A Sara Ico é herdeira de um DNA carregado de títulos. Ela é filha do ex-volante do futebol Antônio Dioclécio, o Ico, hoje com 50 anos, pastor evangélico, morando em Rio Branco. Ele foi campeão acreano pelo Rio Branco e Juventus nos anos 1990 e suas boas atuações na Copa do Brasil de 1997 lhe renderam uma transferência para o futebol europeu.

Jogou dez anos em Portugal, onde atuou por clubes grandes como Boa Vista, Marítimo e Vitória de Setúbal, onde foi treinado pelo ainda desconhecido no Brasil, Jorge Jesus, o Mister. Antes disso, foi campeão do Norte de vôlei de praia, numa parceira com outro atleta de alto nível, o Capeba, e de vôlei de quadra, pela seleção acreana. Era atacante nato.

O espírito competitivo do pai está ajudando a moldar a personalidade fora e dentro das quadras da Sara Ico. Parece que vai dar certo. Uma década e dois anos depois de nascer, a mocinha figura nas quadras como a promessa que o pai dela nem era quando tinha a mesma idade e morava na Baixada da Sobral. Ele mesmo admite:

“Só me enxergaram depois que ganhei títulos”. Para guardar a filha de infortúnios, ele cuida com todo carinho de sua carreira. “Hoje, pela experiência que acumulei, consigo dosar os treinos dela, dividir com a escola, para que ela não sofra como eu sofri até chegar no nível mais alto”, afirma o pai coruja.