POLÍTICA
Apaixonado pelos povos indígenas, Gladson transforma sua gestão em uma das que mais investiu na cultura deles
O compromisso do governo do Acre com o fortalecimento e preservação da cultura dos povos originários foi mais uma vez reafirmado durante o encontro entre o governador Gladson Cameli e o cacique Mapu Huni Kuin, realizado nesta quinta-feira, 14, no Palácio Rio Branco. A ocasião marcou a discussão sobre o primeiro festival indígena Huni Kuin em contexto urbano na capital acreana, um evento de significado histórico que promete ser um marco na promoção e valorização da cultura indígena na região.
O cacique Mapu Huni Kui, representante dos 17 mil membros do povo Huni Kuin em todo o Acre, expressou profunda gratidão pelo apoio do governo estadual na realização do festival. Reconhecido internacionalmente, Mapu tem levado a música e a cultura Huni Kuin para além das fronteiras, com quatro álbuns gravados e apresentações em diversos países, inclusive uma próxima em Los Angeles (EUA). Seu convite ao governador para participar do festival não apenas ressalta a importância da presença do governo, mas também destaca o reconhecimento da cultura indígena como parte integral da identidade acreana.
“Este festival será uma oportunidade única para apresentar várias brincadeiras e vivências com as medicinas sagradas. Estamos trazendo uma novidade para a nossa capital, onde muitas pessoas não têm acesso à nossa tradição e desconhecem a história do nosso povo. Com este evento, queremos proporcionar às pessoas a chance de conhecerem o povo que habita o estado do Acre, somando 17 mil habitantes distribuídos em seis regiões. Além disso, lançaremos um cardápio da nossa gastronomia, destacando os alimentos específicos do povo Huni Kuin. Esta é uma oportunidade para as famílias de Rio Branco conhecerem melhor o povo que vive em nosso estado e se aproximarem da tradição, enquanto celebramos nossa cultura e história para o mundo todo”, contou o cacique.
Em resposta, o governador Cameli confirmou imediatamente sua participação e aproveitou a oportunidade para dialogar com o cacique sobre maneiras de aprimorar as políticas públicas em relação aos povos indígenas. O compromisso do governo em ouvir e trabalhar em conjunto com as lideranças indígenas demonstra um esforço contínuo para garantir que suas necessidades e aspirações sejam devidamente atendidas.
“É com grande satisfação que recebo o convite para participar do primeiro Festival Huni Kuin em nossa capital. Este evento representa não apenas uma oportunidade para celebrar a rica cultura e tradição do povo indígena Huni Kuin, mas também um passo significativo em direção à valorização da diversidade cultural em nosso estado. Estou honrado em poder contribuir para este momento histórico e ansioso para vivenciar de perto as brincadeiras, vivências e gastronomia que serão compartilhadas durante o festival”, destacou o governador.
Além do festival, o governo do Acre apoia outras iniciativas que promovem a cultura indígena, como o Centro Huwã Karu Yuxibu, que oferece uma vivência espiritual e cultural para os visitantes, proporcionando um profundo mergulho na vida, costumes e tradições do povo Huni Kuin. Localizado na Área de Proteção Ambiental do Igarapé São Francisco, o centro foi fundado em 2015 com o objetivo de fortalecer a identidade cultural do povo Huni Kuin e promover o etnoturismo na região. Participaram do encontro ainda a secretária dos Povos Indígenas, Francisca Arara, o secretário de Turismo, Marcelo Messias.
Evento histórico
O evento, programado para ocorrer de 22 a 31 de março em Rio Branco, na estrada Transacreana, KM36, espera receber 300 pessoas de diversas partes do mundo e será transmitido online para 17 países, ampliando ainda mais o alcance e impacto da cultura indígena. Além disso, durante o festival, está previsto o lançamento da Liga de Futebol Huni Kuin, com a participação de seis times, destacando a importância do esporte como meio de integração e celebração cultural.
Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), os indígenas Huni Kuin, também conhecidos como Kaxinawá, habitam a fronteira brasileira-peruana na Amazônia ocidental. No Brasil, eles vivem no Acre e sul do Amazonas, tendo aldeias nas regiões do Alto Juruá, Purus e no Vale do Javari.
Ao todo, o governo do Acre apoia 23 festivais indígenas inseridos no calendário cultural, visando fortalecer a economia e o etnoturismo na região, garantindo que os recursos alcancem efetivamente as terras indígenas e contribuam para o desenvolvimento sustentável das comunidades. A valorização e apoio à cultura dos povos originários são pilares fundamentais da gestão estadual, promovendo o respeito e reconhecimento da diversidade cultural presente no estado.