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Apesar dos diversos transtornos, enchente em Boca do Acre se tornou uma atração com muita diversão

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A cidade de Boca do Acre já está há vários dias sofrendo com uma grande enchente, o que levou o governo municipal a decretar estado de emergência. Existem várias pessoas desabrigadas e desalojadas, um número que chega a 16 mil pessoas afetadas, além do prejuízo gigantesco que o comércio vem sofrendo com as perdas dos insumos. As aulas da Rede Estadual e Municipal de Ensino foram suspensas e milhares de pessoas passam por todo tipo de necessidade.

Entretanto, mesmo com esse caos instaurado, o bocacrense não desanima e tem feito da tragédia sua diversão, foi o que se pôde observar nos últimos dias, principalmente no bairro do Desvio, que virou um verdadeiro balneário, com uma movimentação enorme de pessoas tomando banho, consumindo bebidas alcoólicas e escutando música, não dando a mínima para a tragédia que assola a cidade do Sul do Amazonas.

“A questão da alagação em Boca do Acre é uma diversão, pessoal tem procurado muito aqui o desvio, porque tá uma cachoeira boa, e o pessoal da Boca do Acre é diferenciado, mesmo em uma alagação como essa, ele procura uma forma de se divertir”, explica o empresário Milcley, que tem uma distribuidora de bebidas no local e que apesar dos prejuízos que teve, anda muito satisfeito.

Existem algumas exceções em meio ao clima de festa, como podemos observar na fala da Coordenadora Regional de Educação, Ana Angélica Simão, que usou uma definição trágica para o evento.

“Um verdadeiro transtorno, tanto para nossas escolas, bem como para as pessoas de um modo geral que são afetadas. Nós temos feito o possível para minimizar os prejuízos, trabalhando com aula remota e outros mecanismos, mas nada é motivo para comemoração”, relata.

O vereador Jansen Almeida vai mais além e diz que as pessoas não têm sido cuidadas da forma que deveriam ser por parte do poder público.

“Infelizmente a alagação é um fenômeno causado pela natureza, mas falando em relação ao poder público, o prefeito tem a obrigação de cuidar das pessoas, essas que sofrem e que são atingidas pelas águas, através da defesa civil, da secretaria de assistência social, enfim, até porque o prefeito recebe recursos ao decretar estado de emergência ou calamidade, recursos esses do governo federal e estadual. Então, a obrigação de cuidar das pessoas é do prefeito, sim”!

Em Boca do Acre existe duas cidades, a alta e a baixa, a cidade baixa é a parte que é atingida pelas cheias dos rios, e muitos até se refugiam na cidade alta ou passaram a morar lá.

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