RAIMUNDO FERREIRA
Artigo do professor e arquivista Raimundo Ferreira, em tempo de piracema: “Pesca do piranambu”
PESCA DO PIRANAMBU
Piranambu e urubu d’água são os nomes populares que se dá ao bagre de água doce, e que leva estas alcunhas porque sua alimentação básica constitui-se de carne em decomposição, conforme as pessoas comentam, esse peixe pega tempero, é gostoso, mas muita gente se recusa em consumir porque ele é um devorador de carniça, e pra piorar os comentários da mal fama, sempre que alguém morre afogado e já é encontrado em estado de decomposição, dentro da cadáver é encontrado alguns piranambus. Em tempos passados, quando o Rio Acre ainda mantinha um nível de água em condições de oferecer sobrevivência segura para a fauna aquática, inclusive sendo o habitat de várias espécies de peixes de primeira qualidade, os urubus d’água existiam em abundância e as pessoas que apreciavam, pescavam-os utilizando-se da técnica da atração com alguma porção de carne em putrefação, por exemplo, após abater um porco, deixava-se separado uma porção das vísceras, as vezes parte da cabeça e esperava uns dois dias, pegava-se aquela porção já em estado de putrefação, ptendia-se em um tipo de rede de pesca, para os piranambus não levarem com facilidade, colocavam na água e ficavam na espreita com a tarrafa de prontidão, quando percebiam que havia muitos em torno da carniça, que inclusive, denomivam de ‘manjuba’, jogavam o lance e apanhava os bagres, existiam tantos, que após uns quatro lances de tarrafa, eles liberavam a manjuba para a alegria dos piranambus que haviam escapados. Corriam boatos de que algumas pessoas faziam manjuba com cachorro morto, acreditamos ser semente boatos. Coisas do Acre nos velhos tempos.