ARTIGO
Artigo do professor Raimundo Ferreira: “Perdemos a poedeira dos ovos dourados”
Costuma-se dizer que insistir em algo que não produz resultados, significa malhar em ferro frio, ou chover no molhado, para nós que alertamos constantemente sobre a poluição das águas, estamos trilhando mais ou menos por este caminho, pois, as instituições e as autoridades que têm sobre seus comandos a responsabilidade para viabilizarem alguma alternativa, ao menos, no sentido de levar conscientização à população, nunca agiram com essa visão e certamente vão continuar ignorando a importância de se preservar o meio ambiente para a nossa e para as futuras gerações. Conforme somos sabedores, desde 1903, quando essa região foi resgatada da Bolívia e passou a fazer parte do território brasileiro e em outubro de 1962 passou a figurar como mais um estado da federação, que a preocupação dos governantes nunca foi de elaborar planos para conservar os recursos naturais, especialmente a preservação dos rios e igarapés como principais fontes de vida para a fauna e a flora, e para sobrevivência e bem-estar da própria população acreana. Conforme aconteceu por todo o período passado até os nossos dias, os pretendentes candidatam-se anunciando plataformas inovadoras, melhorias de logradouros, implantação de reformas estruturantes, mas estas promessas, que inclusive nem são cumpridas, são suficientes para elegê-los e a verdade é que, após eleitos, assumem o poder e conseguem beneficiar familiares, amigos e como não poderia ser diferente, eles próprios e ao final de cada mandato, quem está no comando ou outro pretendente, ensaiam outro plano de governo que possa ser executado em beneficio próprio e de seus asseclas, e dessa forma o tempo vai correndo, os governos vão sucedendo-se, o Estado do Acre vai continuando, podemos dizer, subnutrido e, sobre a defesa da nossa causa, preservação do meio ambiente, em especial, a manutenção em boas condições das correntes de água doce, totalmente ao deus dará e a maioria já se encontrando em avançados estados de aniquilamento total. É oportuno observar que uma região situada no coração da floresta amazônica não deveria, ou melhor, não poderia ter sofrido um descaso desse tamanho por parte de seus governantes, situação está, que remonta desde os primórdios aos dias atuais, de modo que, além da exploração desmedida das riquezas naturais e dos enriquecimentos dos governantes e de seus protegidos, nenhuma providencia foi tomada, por quem quer que passou pela governança desse Estado e a prova disso está a olhos vistos pra quem quiser constatar, quais sejam, a maioria dos animais silvestre em extinção, as madeiras de lei inexistentes, a quase totalidade das florestas nativas derrubadas e as águas dos rios e igarapés totalmente poluídas, e como se não bastasse, a região que certamente era uma das maiores reservas de águas doce, atualmente esta enfrentando sérias dificuldades para captar água poluída para ser tratada e distribuída para população. Acreditamos que estamos acabando de matar a galinha dos ovos de ouro e nenhum pintinho eclodiu para manutenção da raça.