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ARTIGO

Artigo professor Furtado | Cidade para os carros

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Caminhar pelas ruas das cidades brasileiras é uma verdadeira aventura. Há de se ter habilidade em malabar, a todo tempo tem que estar alerta, além da natural atenção, para não tropeçar ou cair em obstáculos. Muitas vezes saindo para a rua (quando há calçadas) e desviar dos carros. Uma epopeia digna de um filme.

Em algumas ocasiões faço pequenas caminhadas pelas nossas ruas. Talvez, inconscientemente, como autopunição por fazer muito pouco para que se construam calçadas/elementos que facilitem o trânsito dos pedestres, mais, propriamente, pouca ação na minha Rio Branco/Ac.

Uma pessoa que seja portadora de necessidades especiais, com dificuldade de coordenação motora ou de percepção (em especial, os cadeirantes), para se locomover, mesmo em trajeto mínimo, enfrentará muitas dificuldades para completar a tarefa. Sem opções, a solução é misturar-se com os carros. Expondo-se, desnecessariamente, a riscos graves. Fácil reduzir tal situação perigosa. Bastará vontade política e ação eficaz do estado para atacar tal problema de adequação das vias públicas.

Há também, um quase conluio, com a categoria das Engenharias e Urbanistas. Pois, é muito comum, os que aprovam os projetos de engenharia, negligenciam a importância de construção de calçadas, minimamente, transitáveis e acessíveis, na forma da lei. Mesmo aprovadas não são feitas.

São raros os exemplos de execuções fieis ao projetado. Sempre haverá um o “as built” bem diverso do que se projetou.

O lugar comum é a preocupação com os carros. Como se as cidades (suas ruas) fossem projetadas apenas para os carros, ou melhor, para quem tem carro.

Mesmo quem tem pernas, pés fortes e saudáveis, percorrer um pequeno trecho, a pé, nas nossas cidades, com raríssimas exceções, é uma verdadeira maratona, operação de superar seguidos obstáculos.

Nós, os profissionais da Engenharia e do Urbanismo, estamos projetando para o Fortes e Jovens. Esquecidos de que, talvez (com muita sorte) algum dia possamos ser idosos. Aí!… precisar de condições especiais para locomoção e, neste instante, constatar que cometemos um fenomenal engano!… projetamos as cidades para os carros, não as projetamos para as pessoas!

O assunto Acessibilidade, muito em moda, mas pouco aplicado, precisa ser levado mais a sério. Regras há de sobra. Regras legais nas leis 12.587/2012 e 13.146/2015 – servem a Política Nacional de proteção às pessoas com deficiências. Bem regulamentadas pelas NBR 16.537/12 e 9050/15 – no escopo da Sinalização Tátil e Edificações, respectivamente.

Então só preciso massificar a necessidade crucial de implantação dessas normas. Construção, como prioridade, de calçadas transitáveis (mesmos níveis, material não derrapante, larguras mínimas), mas poucas são executadas deste jeito.

Programas de incentivos à iniciativa, como descontos nos IPTUs – para quem se engajar na missão, seja pessoa física ou rua que se cooperem e que as realizem por conta própria – seria um belo e proativo projeto.

Registre-se que, aqui, temos bons projetos como: Plano Diretor de Transporte e Trânsito (PDTT/2009) – para nossa capital.

Com a palavra os nobres Edis!.. do Brasil.

Tentando ajudar o Prefeito Bocalom – olhando prioridades de grande alcance!

Autor: Antônio Furtado

Engenheiro Civil

Professor Universitário da UFAC

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