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ARTIGO

Ataques da Rússia contra a Ucrânia: Sociólogo acreano vai passar a explicar a guerra pelo AcreNews

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O sociólogo Ezio Gama aceitou convite para explicar a guerra Rússia e Ucrânia dos mais diversos pontos de vista. A seguir o primeiro artigo do professor:

Retórica, a arma mais ardilosa de Putin

Por Ezio Gama

A Rússia, através de Vladimir Putin decidiu fazer o que a maioria dos países temiam: atacaram a Ucrânia. Diante de meses de conversas diplomáticas e Putin afirmar que não tinha interesse em uma guerra, o pior aconteceu. O que justifica para a Rússia esse ataque e como ficará o mundo após essa guerra? Vamos entender.  

A Rússia e a Ucrânia têm relações conflituosas desde 2014. A Ucrânia assumiu o poder em Kiev, sua capital nesse mesmo ano. O conflito se inicia por conta da península ucraniana da Crimeia ter sido anexada à Rússia. Outro ponto crucial se deu por conflitos com na região leste da Ucrânia, conhecida como Donbass (Donetsk e Luhansk). Eles têm zonas controladas pelos separatistas que buscavam sua independência e sempre foram apoiados por Moscou. Nessa semana (21/02) Putin reconheceu as duas regiões como países independentes. 

Putin justificou os ataques com a alegação de que a Ucrânia não é reconhecida como um Estado soberano. Ou seja, sinaliza a possibilidade de dominar a capital e assumir o comando do país. Ele espera a desmilitarização da Ucrânia. Outra ação de Putin foi declarar que Donetsk e Luhansk não serão mais reconhecidas como território ucraniano. Isso abriu espaço para a instalação de presença de tropas russas na região e os ataques indo em direção à capital Kiev. 

O exército russo invadiu por três frentes, pelo Sul, pelo Norte e pelo Leste. Várias cidades principais foram atacadas. As tropas de Elite já bombardearam o aeroporto ucraniano. Os bombardeios se focaram mais em pontos de bases militares por terra, ar e marítimo, por onde se deu as frentes de ataques da Rússia.  

O ditador autocrata Vladimir Putin afirmou que os países que se metessem em suas ações sofreriam retaliações bastante severas, num tom de ameaça de ataques até mesmo por meio de armas nucleares. Sabemos que ele sempre teve um jogo político psicológico, lentamente e misteriosamente agindo sem muito alarde, mas mantendo a tensão e alerta nos demais países.   

Essa é uma das armas mais ardilosas de Putin, a retórica. Mas ele já provou que seus discursos duros não ficam apenas na conversa. Ele é um homem pragmático, de ação, e quando se trata de defender seus interesses, está disposto a romper com a diplomacia da geopolítica mundial e regional e partir para execução de seus ambiciosos planos imperialistas.  

A reação ao ataque russo repercutiu no mundo e vários países já se manifestaram e alguns suspenderam negócios em parceria com a Rússia. Os Estados Unidos e a União Europeia também já estão preparando novos pacotes de severas sanções contra Putin, contra autoridades de seu governo e contra o país. Isso pode dificultar o acesso da Rússia a diversos produtos de commodities e de crédito internacional e acesso a outros bens de necessidade primária.  

Diante desse início de guerra, quais seriam os próximos passos de Putin agora? Não sabemos ainda, pois Putin é imprevisível. Mas, uma delas poderia ser se aliar às partes do Leste que foram declarados independentes e dali orquestrar mais ataques até a capital. Futuramente pode também assumir esses países como território russo. Além disso, poderá se unir à China como aliada contra a retaliação do ocidente. Pelo menos não era essa a atitude de alguém que se declara cristão e defensor da família. O que vemos são famílias e a população inteira e desoladas, enquanto as economias derretem nas bolsas e moedas do mundo.  

Além disso, Israel já se posicionou a favor da Ucrânia, contra os ataques da Rússia. A resposta de Putin foi imediata: disse não reconhecer o território das Colinas de Golan como pertencente a Israel e sim como território sírio. Ou seja, já começamos a ver quem no futuro será o próximo alvo? Ainda que bem distante de seu território, mas perto de seus aliados inimigos de Israel.  

Que Deus traga a paz para as nações! 

* Ezio Gama é sociólogo e escreve sobre Geopolítica

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