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Áudio com supostas ameaças a servidores de Feijó pode ser motivado por provocação feita pelo prefeito
Tendo diversas unidades básicas de saúde e nenhum médico concursado ou contratado como provisório pela prefeitura de Feijó – conforme dados do site do município e portal da transparência -, o chefe do executivo, delegado Railson Ferreira, promete punir profissionais que forem denunciados. O discurso divulgado nas redes sociais feito pelo prefeito promete penalidade a quem descumprir horário mesmo sem a existência de trabalhadores suficientes.
As declarações do mandatário local geraram preocupação na Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), porque, na sexta-feira, 24, depois da fala do gestor municipal, começaram a circular áudios em que uma pessoa realiza supostas ameaças e cita até a possibilidade de servidores serem baleados.
O presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, pediu que o setor jurídico da entidade analise todas as provas e encaminhe o caso para o Ministério Público Estadual (MPE) para a investigação de incitação ao ódio. O sindicalista ainda pediu aos colegas que façam o registro do boletim de ocorrência contra o acusado de supostas ameaças.
“O site do governo federal também informa que existem apenas dez profissionais do Programa Mais Médicos atuando nas unidades básicas do município, número insuficiente para atender a toda a demanda, um problema de gestão que deve ser resolvido pelo prefeito, que deve se preocupar com a fixação de profissionais. A classe não é culpada pelos erros da prefeitura que não possui médico no quadro de servidores”, rebateu Guilherme Pulici.
Para o sindicalista, o chefe do Executivo tem autonomia para abrir processo administrativo e apurar irregularidades dentro do serviço público, então narrar suposta acusação sem o devido encaminhamento pode ser caracterizado como prevaricação.
“O prefeito já ganhou a eleição e deve sair do palanque. Os comentários dele possuem peso e podem instigar agressões contra servidores. Sempre existiram problemas nas condições de trabalho e na segurança dos colegas, o que afeta diretamente os pacientes, uma situação que precisa de resolução. Se existe irregularidade, o gestor pode abrir processo administrativo e punir o transgressor”, afirmou o representante do Sindicato dos Médicos.
Áudio
Em um dos áudios vazados pelo WhatsApp, uma pessoa não identificada critica os políticos de Feijó, a falta de estrutura para atendimento em saúde na cidade, e afirma que é preciso adotar ações mais violentas, como colocar fogo ou atirar contra servidores.
“[…] Pra parar com isso amiga já está na hora de mudar precisa alguém ir lá tocar fogo na porra daquele hospital ou matar um médico ou matar uma enfermeira pra mudar essa porra pra começar a respeitar o cidadão é esse hospital de Feijó se pode de saúde é uma bosta só [..]”, afirma a suposta ameaça.