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Avicultura se surpreende ao criar galinhas poedeiras no Acre fora do confinamento
A administradora Gele Assem decidiu entrar para o ramo dos avicultores no Acre e acabou surpreendida pela própria forma inovadora de tratar galinhas poedeiras. Ao invés de confinamento, as aves são criadas soltas, correndo, ciscando, respirando ar puro na mata. Resultado: sucesso em todos os sentidos. Em artigo publicado aí adiante, ela conta todo o segredo.
Veja o artigo:
O Acre e a crise mundial de ovos
Gele Assem
Quando decidi diversificar minha fonte de renda em meados do ano passado, jamais poderia imaginar que encontraria um mercado tão amplo e gratificante como a criação de galinhas poedeiras. Ainda mais agora, que a gripe aviária ameaça virar uma pandemia dizimando criações nos Estados Unidos, Grã Bretanha e Nova Zelândia, o que fez disparar os preços nestas regiões podendo afetar o Brasil antes mesmo da quaresma, quando o custo da dúzia vai às alturas.
Com um plantel de 600 galinhas cheguei ao topo da produção neste mês de fevereiro com 600 ovos por dia, todos comercializados instantaneamente. Legítimos ovos caipiras, com as galinhas criadas a pasto, caminhando, ciscando, respirando ar puro, se exercitando e se alimentando com uma ração balanceada que nós mesmos produzimos e com a pastagem natural do pequeno campo em que são pastoreadas.
Enquanto olho a criação no campo penso no quanto o Estado do Acre poderia estar produzindo de ovos nas milhares de pequenas propriedades, colônias e colocações nas periferias das cidades e nos seringais. Lembrando que a maior parte dos ovos consumidos no Estado é proveniente de granjas de Rondônia e até dos grandes centros de produção de São Paulo e Paraná.
Diferentemente dos ovos produzidos em nosso sistema, porém, a produção de Rondônia e do Sudeste é feita com galinhas criadas em regime de confinamento, milhares de aves espremidas em galpões com iluminação artificial 24h por dia. Devido a este desconforto, elas estão sujeitas à doenças várias e, portanto, são tratadas com doses cavalares de antibióticos misturados à água.
Digo tudo isso sem saber qual é o tamanho da produção avícola de nosso Estado, mas é certo que ainda existe muito espaço para ampliar o número de granjas e criar oportunidades de emprego e renda para nossa agricultura familiar. Nosso empreendimento está aberto para todos aqueles interessados em iniciar ou melhorar a sua criação.
Gele Assem é administradora de empresas e avicultora