Banca de jornais e bombons mais antiga do centro de Rio Branco é colocada à venda

A banca de venda de jornais e de bombons mais antigas do centro de Rio Branco foi colocada à venda. Sem novidade se não foi o tempo de existência desse “patrimônio histórico”. O pequeno comércio está nas mãos do atual dono, o José Braga, o Braguinha, desde 1980, mas já fazia parte da paisagem do centro da capital desde 1969, quando foi estabelecida pelo primeiro proprietário, conhecido apenas como “Có”.

O José Braga chegou em Rio Branco em meados dos anos 1970 e em 1980 comprou a banca. Nem lembra atualmente quanto pagou a época, mas garante que foi uma boa grana. Com esse patrimônio criou a família e adquiriu bens, muitos bens. Cansado, diz ele, de estar nessa rotina há 40 anos, esses dias bateu a ideia na cabeça de vender a banca, que é devidamente cadastrada na prefeitura.

Zé Braga vai se desfazer do patrimônio porque, segundo ele, aos 72 anos, precisa dar uma volta no Brasil, passear no seringal onde nasceu e descansar um pouco. “Vou ficar triste porque vivi uma vida, mas chegou a hora”, disse ao Acrenews. Nos anos 1980 e 1990 ele chegou a vender 4 mil jornais por dia. “Quando tinha finado famoso na capa, era fatal”, conta.

Disposto a largar um patrimônio cheio de sentimentos, Zé Braga diz que a banca não tem valor amoedado. “Tem meu coração aqui”, diz. Mas é preciso pedir um valor que alguém pague. Por isso estabeleceu: quem chegar com R$ 65 mil leva. Ele vai simbora, passear e descansar, mas garante que a doceria fica toda, junto com seu coração. ” Se não me verem mais aqui, logo, não morri, viu. Vendi a banca”, diz ele, num raro momento de bom humor.