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Ceia de Natal em Rio Branco: Arroz e queijo caem até 35%, mas carnes e bebidas pesam no bolso
Pesquisa da SEPLAN aponta variação de preços de até 232% entre supermercados da capital; bacalhau e peru lideram as altas deste ano.
A ceia de Natal dos moradores de Rio Branco em 2025 apresenta um cenário de forte contraste nos preços, com quedas expressivas em itens básicos e altas relevantes em produtos tradicionais da época. Levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento, realizado entre 5 e 9 de dezembro em oito grandes supermercados e atacadistas da capital, aponta reduções de até 35,89%, mas também aumentos que chegam a 38,98%, além de uma disparidade de preços de até 232,59% entre estabelecimentos.
O estudo, conduzido pelo Departamento de Estudos, Pesquisas e Indicadores (DEEPI), analisou 45 produtos típicos da ceia natalina, distribuídos em seis categorias — alimentação, carnes, frios, frutas, frutas em calda e bebidas — comparando os preços médios de dezembro de 2024 com dezembro de 2025. Segundo os autores Arlene Pessoa, Belisa Souza e Marky Brito, a pesquisa tem como objetivo oferecer ao consumidor uma referência confiável para o planejamento financeiro no período natalino.
Na categoria alimentação, que reúne 16 itens, o comportamento foi equilibrado: oito produtos ficaram mais baratos e oito mais caros. O destaque positivo foi o arroz tipo 1, com queda expressiva de -35,89%, seguido pelo panetone de chocolate (-22,61%) e pela farinha de mandioca (-16,61%). Por outro lado, produtos como a azeitona preta com caroço registraram a maior alta da categoria, com +38,98%, além da azeitona verde sem caroço (+22,13%) e do óleo de soja (+6,07%).
As carnes concentraram os aumentos mais relevantes da cesta. Dos nove itens analisados, seis tiveram alta, lideradas pelo bacalhau (+20,25%), seguido pelo peru (+12,10%) e pelo chester (+11,73%). Em sentido oposto, lombo (-0,47%), frango (-0,46%) e pernil sem osso (-0,27%) apresentaram leve retração nos preços médios.
Nos frios, o destaque foi a forte redução no queijo (-24,02%), enquanto o presunto (+7,74%) e o salame (+1,07%) tiveram aumentos moderados. Já na categoria Frutas, sete dos nove itens ficaram mais baratos, com destaque para melão (-16,49%) e laranja (-16,07%). Apenas pera (+12,84%) e abacaxi (+7,54%) registraram alta.
Em frutas em calda, o comportamento também foi majoritariamente de queda, especialmente no abacaxi (-46,59%) e na ameixa (-2,32%), enquanto figo (+7,46%) e pêssego (+0,50%) subiram. A categoria bebidas, por sua vez, apresentou aumento generalizado, liderado pela sidra (+6,69%) e pelo refrigerante (+4,15%).
Um dos dados mais sensíveis da pesquisa é a elevada dispersão de preços entre os estabelecimentos de Rio Branco. A pera apresentou a maior variação percentual, com impressionantes 232,59% de diferença entre o menor e o maior preço. Entre os itens de maior valor, o bacalhau teve variação de 91,19%, enquanto o presunto alcançou 96,65%, evidenciando a importância da pesquisa prévia antes da compra.
Segundo os autores do estudo, “os dados de 2025 indicam que o consumidor enfrentará um custo final da ceia pressionado pelas altas em carnes especiais e bebidas, mas encontrará oportunidades reais de economia em produtos básicos como arroz e queijo”. Diante desse cenário, a principal recomendação é clara: pesquisar preços de forma ampla e criteriosa.
A orientação final da pesquisa reforça que planejar a ceia em 2025 exige estratégia: aproveitar as quedas significativas em itens essenciais e ter cautela na compra dos produtos que registraram as maiores altas, como o bacalhau e as azeitonas. Em um cenário de grande variação de preços, informação e comparação continuam sendo os melhores aliados do consumidor.













