CULTURA & ENTRETENIMENTO
Chico Mendes completa 37 anos de morte como símbolo mundial da luta ambiental, bandeira explorada pela esquerda
Há exatos 37 anos, o Acre, o Brasil e o mundo perdiam uma de suas maiores referências na defesa do meio ambiente e dos povos da floresta. Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, seringueiro, sindicalista e ambientalista, foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri, episódio que marcou profundamente a história da luta socioambiental na Amazônia.
Nascido em 15 de dezembro de 1944, Chico Mendes dedicou sua vida à organização dos seringueiros e à defesa de um modelo de desenvolvimento sustentável para a região amazônica. Em meio a um cenário de intensos conflitos agrários, avanço do desmatamento e pressão de grandes proprietários de terra, o líder acreano se destacou pela atuação firme e pacífica, liderando os chamados “empates”, mobilizações que buscavam impedir a derrubada da floresta e garantir a sobrevivência das comunidades tradicionais.
A atuação de Chico Mendes ultrapassou as fronteiras do Acre e ganhou projeção internacional. Ele denunciou a exploração predatória da Amazônia, chamando a atenção de governos, organizações ambientais e da comunidade científica para os impactos sociais e ambientais do desmatamento. Uma de suas principais contribuições foi a defesa da criação das reservas extrativistas, modelo inovador que alia conservação ambiental à geração de renda para populações que vivem da floresta. Inicialmente contestada, a proposta tornou-se referência mundial em políticas públicas de preservação.
O assassinato de Chico Mendes provocou comoção nacional e internacional, evidenciando a violência no campo e os riscos enfrentados por defensores do meio ambiente no Brasil. O crime expôs a fragilidade da proteção a lideranças sociais e reforçou a urgência do debate ambiental no país. Os responsáveis pelo assassinato foram condenados, mas a morte do líder seringueiro permanece como um marco trágico da luta pela Amazônia.
Décadas depois, o legado de Chico Mendes segue vivo. Seu nome batiza reservas extrativistas, instituições, prêmios ambientais e políticas públicas voltadas à sustentabilidade. Mais do que uma memória histórica, Chico Mendes tornou-se um símbolo permanente de resistência, justiça social e esperança, inspirando novas gerações na defesa da floresta e dos povos que dela dependem.




