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COLUNA DA VEDRANA PERES — Perfeccionismo da sua imperfeição
Vivemos em um mundo baseado em competição, acredita-se que para se ganhar alguém tem que perder. A sutileza do perfeccionismo gera um sentimento de inconsciência, justiça própria, auto-sabedoria. Exagero de sabedoria na tentativa de compensar nossas tragédias, arrogância destruidora porém despercebida. Não se trata do erro daquilo que é errado, mas do erro daquilo que, fundamentalmente, pode ser correto aos nossos olhos. Ser demasiadamente justo exclui muitos atributos do amor de Deus, como misericórdia, generosidade, paciência e etc. Ser demasiadamente sábio fala da habilidade de justificar e encobrir os próprios erros, tendo muitas desculpas, diante de situações impondo uma superioridade é uma independência nociva.
Baseado nesta perfeição, resulta valores exagerados que são impostos de maneira também exagerada e até traumática, resultando em regras que deformam o estilo de vida, humor. No qual a pessoa sacrifica a prioridade de amar e de suprir sabiamente às necessidades do seu próximo para, então, fazer exigir, de si mesmo e dos outros, aquilo que presume ser certo, baseando-se em valores e comportamentos impostos autoritariamente sobre ela. Algo predominante nesta personalidade é a tendência obsessivamente exagerada de atingir a perfeição no desempenho de determinada tarefa a tal ponto, que a tarefa se torna mais importante que as pessoas e os relacionamentos. Não exclui a possibilidade de que não podemos ser organizados e disciplinados, o que não pode ser feito é idolatrar essas coisas. Essa conduta, de projetar para todos ao seu redor perfeição. Não permite o espaço de quebrantamento, transparência, tolerância e paciência. A pessoa exclui a graça de Deus e passa a viver apenas de seus próprios esforços, ou seja, na carne e idolatrando a si como um Deus.
No fundo, o perfeccionista é alguém fortemente manipulado pelo medo de decepcionar. Idolatra a reputação e é escravo do que os outros pensam. Procurando a aprovação das pessoas, está pronto a fazer o melhor possível, mas sempre em troca de reconhecimento. As coisas não estarão suficientemente boas enquanto não conseguir autoafirmação da sua suposta capacidade. Apenas relaxa momentaneamente, quando recebe o elogio que tanto cobiçava. Tendo a autossuficiência, atitude contínua de superioridade, como se ninguém estivesse á sua altura, ou fosse capaz de corresponder ás suas expectativas. O sentimento de importância dessas pessoas é aumentado á custa de rebaixar os outros com rígidas cobranças e críticas, resultando na perda de companheirismo e na solidão. Uma superioridade que não passa de uma ilusão, quando rebaixamos alguém ou excluímos a ajuda das pessoas, não nos engrandece em nada. Apenas traz profundas perdas e fortes mágoas para os relacionamentos. Na sua luta para ser aceito e amado (a), deixa de amar. Cumpre todas as regras e se esquece do mandamento principal que resume toda a lei de Deus. A altivez dos fariseus, os quais se julgavam tão sábios e entendidos, ou seja tanto conhecimento que provocava superioridade é autossuficiência. Além de rejeitar o Messias, que eles mesmos esperavam por séculos, também o mataram. Vê-se que eles conheciam cada detalhe da lei, mas não experimentaram a palavra de Deus pelo sacrifício de Jesus. Existem dois padrões de perfeição: o humano é o de Deus. Somos falhos, Deus é paciente e longânimo. Colocamos condições para amar, o amor de Deus é incondicional. Deus nos ama por aquilo que somos, e não por aquilo que fazemos. Precisamos quebrar essa mentalidade que nos foi introduzida, enquanto não corrigir tal cegueira que define o perfeccionismo, não podemos conhecer Deus, para desfrutar de um relacionamento íntimo com ele. Entender que a perfeição divina não se baseia em uma imposição ou cobrança imediata de fazermos as coisas certas, mas de conhecimento mediante a sua graça. Essa tendência obsessiva de reger minuciosamente seu comportamento, entre a própria liberdade e privacidade, exigindo dos outros o mesmo padrão de conduta. Tendo a consciência conformada por essas regras, produzindo uma intolerância obstinada. Sincero e leal a si, idolatrando seu sistema de regras. Essa sistemática anula a graça, ao invés de confiar em Deus, investindo nos relacionamentos e na unidade. Uma marca comum, são conflitos de relacionamento, rígido e de temperamento intransigente. O falso conceito do perfeccionismo destrói a fé na graça de Deus, lhe impede de entregar sua sobrecarga a Jesus.
Deus não espera de nós uma perfeição inatingível, mas o conhecer do fruto do Espírito Santo. Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Esses são os verdadeiros atributos os quais constituem a essência de Deus e, inspirou o caráter da palavra.