EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO CORDEIRO O Segov de Gladson, Luiz Calixto, lembrou que a esquerda do Acre está deixando Marina apanhar no caso da Resex; só o pessoal do TCE reagiu
Os três remanescentes dos governos de esquerda no Acre que viraram conselheiros do Tribunal de Contas, Dulce Benício, Ronald Polanco e Naluh Gouveia, foram os únicos a reagir em favor da ministra Marina Silva, o judas escolhido pelas redes sociais para levar a culpa em função do arregaço que está acontecendo na Reserva Chico Mendes. Ibama e ICMBio, sob controle dela, estão botando pra fora moradores que nasceram lá, confiscando gado e o escambau, tudo com ordem judicial, mas ninguém quer saber disso. Prevalece a vontade política, dizem na internet. E a Marina, que há tempos já não é bem vista por aqui, está sentenciada.
O secretário de Governo do Gladson, ex-deputado Luiz Calixto, fez o favor de cutucar a pereba. Escreveu um belo artigo, como sempre comestível, graças ao traquejo que tem o dito com a ‘Flor do Lácio’, entitulado “Marina que lute”, fazendo um remember do passado da atual ministra com seus ‘pariceiros’ Jorge Viana, Binho Marques, Edvaldo Magalhães, para citar apenas alguns da proa. De como eles eram unidos. Jorge, a rigor, é resultado de uma insistência dela. Marina convenceu o então garotão, cria do PDS, oponente da esquerda e sustentação do regime militar, a trocar de ideologia, ingressar no PT e entrar para a política. Pá e bola! Ele foi convencido. Virou prefeito de Rio Branco, depois governador e por último senador.
Com sua mão de ferro e uma dose generosa de narcisismo, Jorge virou o líder daquela turma. O tempo passou, o poder se esvaiu e o grupo deixou de ser unidade por razões óbvias, com destaque para os egos. Virou uma espécie de lei de muruci, cada um por si. Marina foi simbora, Binho também, assim como o próprio Jorge, que só voltou a se reaproximar do Acre em função das eleições de 2026, virando até investidor no agronegócio, cultura contra a qual se opôs enquanto estava no poder. Hoje, está cristalino que eles não se protegem mais. Pelo menos não protegem a pobre e preta Marina. O que ela tem apanhado por aqui, não tá em gibi nenhum.
Aqui entre nós, a Marina também procurou para as costas ao ir simbora do Acre sem dar tiau. Não pisou mais aqui e virou deputada por São Paulo. Não sei se por isso, mas no atual episódio da Reserva Chico Mendes, em que está crucificada, só teve a solidariedade até agora inexplicada de três conselheiros do Tribunal de Contas que vieram das gestões petistas. Em uma nota bem escrita, cá entre nós, eles fazem questão de se colocarem entre o chicote e as costas da ministra, para aliviar um pouco o desterro. Enfatizam se tratar de uma ação judicial e exaltam a história dessa negra pobre que virou celebridade mundial, ao menos pra agenda progressista. Os outros tomaram café na casa do Nilson Mourão, falaram em união para eleger JV senador em 2026 e sumiram no cipoal. Não deram um piu pra defender a companheira Marina. Ingratidão é ruim, heim!