EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Debate: suas excelências perderam a oportunidade de mostrar propostas, por uma razão elementar: inveja e ódio do atual
Exceto as manifestações apaixonadas de cabos eleitorais, a interpretação geral do debate realizado pela TV Rio Branco neste domingo à noite é uníssona: transformaram o atual governador, Gladson Cameli (PP), candidato à reeleição, em vítima. Trocando para o português claro: deram mais um empurrão para que a eleição seja resolvida no primeiro turno. A razão é clara. Ao invés de mostrar propostas, mesmo com as críticas, que inclusive cabem na gestão atual, os adversários, com exceção de Márcio Bittar (UB), pareciam Maradona comemorando aquele gol que fez na Copa de 1994, minutos antes de ser banido da competição por doping. Cada um se manifestava com mais ódio e, notadamente, com pitadas de inveja. Mara Rocha, do MDB, não conseguia sair do tema Operação Ptolomeu. Quando saiu, por instantes, insistiu num tal ‘tranca na fronteira’. Petecão (PSD), gaguejando, babava pelo canto da boca. Foi o que mais se aproximou de ataques pessoais. Jorge Viana, do PT, como sempre, tentando pousar de Madre Tereza, como se o povo não conhecesse ele e sua tropa. Boçal, só acertou em cheio quando questionou a ganância dos ex-aliados de Gladson. “Vocês ganharam tudo e agora todos querem o mesmo cargo”, disse, para não receber reposta. Trocando em miúdos, foi uma carnificina para cima do atual governador, que se utilizou da prerrogativa de não reagir. O máximo que fez para ofender os concorrentes foi questioná-los pelo sumiço de todos na época mais agonizante da pandemia. No mais, entre um ataque e outro, tentou listar as obras que já fez e mostrar a lista das que estão para iniciar. Se não conseguiu mostrar tudo, ganhou certamente uma fatia de eleitores que reprovam esse tipo de política do ataque, saindo como vítima de um embate com adversários que estão devendo a imprescindível gentileza de mostrar porque querem tomar a cadeira do cara. A próxima pesquisa dirá muito sobre.