EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Diminuído na eleição, MDB precisa ser reinventado pelos meninos que estão chegando; Tanízio quer ser o novo presidente
O MDB terminou as eleições desse ano do tamanho de uma castanha de caju, pelo menos em relação a sua própria história. Perdeu as duas cadeiras em Brasília, ficou em terceiro na disputa pelo Governo e viu seu símbolo derreter, o velho Flaviano Melo. Salvou três cadeiras na Assembleia Legislativa e mesmo assim com duas novidades, a eleição de Emerson Jarude e Tanízio Sá, que não são do círculo antigo, não têm intimidade com o Mauri Sérgio, nem amizade com Aldemir Lopes e João Correia. Em outras palavras, a velha guarda soltou o pino da embarcação emedebista e ficou para trás, à deriva. O atual MDB não soube se relacionar com o atual governo, numa clara perda de sintonia, de gente para gerenciar as relações. Não existe mais aquela euforia do 15 nas ruas, uma magia num passado não muito distante. O glorioso precisa se reinventar. João Marcos Luz, que vai assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Rio Branco, de onde se levantará Jarude, disse a coluna que o “MDB não morre”. Pura serotonina dos jovens. Ele promete, inclusive, lutar junto com novas lideranças para manter a sigla no seu patamar histórico, com a presidência entregue por Flaviano a Jarude, como já está prometido. O problema é um BO mais tarde. Hoje o deputado eleito Tanízio Sá me disse que quer essa presidência. E mais: quer, presidente, reatar com o governo reeleito. Colocar a sigla de mala e cuia no colo do governador Gladson Cameli (PP). Como todo recomeço, o processo é doloroso, mas tem gente disposta a desenterrar a cabeça desse burro.
Presidência da Aleac
As conversas sobre a sucessão na presidência da Assembleia Legislativa estão avançadas, parece mentira, uma vez que a eleição foi domingo passado. Única unanimidade entre os grupos rivais: para onde o Palácio Rio Branco pender, a questão estará resolvida.
Será um Luiz
A futura mesa diretora da Assembleia Legislativa terá na presidência um Luiz, ou o Gonzaga (PSDB), ou o Tchê (PDT).
Bancada do Juruá
Recém-eleito deputado estadual, Clodoaldo Rodrigues (Republicanos) fez hoje duas simpáticas manifestações: que é preciso fortalecer o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima (PP), e em nome do Juruá criar um bloco de parlamentares da região.
Mudança em Tarauacá
A derrota da família Sérgio em Tarauacá abriu precedentes para 2024. Reanimou Abdias da Farmácia, segundo colocado na disputa de 2020, e o advogado Júnior Feitosa, terceiro colocado. É que Jesus Sérgio, deputado federal derrotado, é irmão do Tom Sérgio, que também perdeu para estadual, e marido da atual prefeita do município, Neia Sérgio, todos do PDT.
Mais político do que gente
O IBGE vai precisar explicar como um município igual Sena Madureira conseguiu eleger três deputados estaduais e dois federais. Tecnicamente, porque politicamente a gente sabe. Sena respira política. Tem uma prosa na margem do Iaco, inclusive, segundo a qual naquele município tem mais político do que gente.
Os eleitos
Em Sena Madureira se elegeram Ghelen Diniz (PP) e Meire Serafim (UB), deputados federais, e Gene Diniz (Republicanos), Gilberto Lira (UB) e Pablo Gregence (PSD) estadual.
Chumbinho do Pedro Abreu
Presidente da Convenção Estadual da Assembleia de Deus, o pastor Pedro Abreu deu um tiro com uma espingarda 12 nessas eleições, mas só acertou um bago de chumbo, a eleição da missionária Antônia Lúcia (Republicanos) para federal. No caso do líder da Assembleia de Deus Rio Branco, Luiz Gonzaga, o cartucho estourou no cano e chumbo espalhou demais, não acertando um sequer.
Depende do tabuleiro
O atual presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, N Lima (PP), vai depender de algumas mexidas fundamentais no tabuleiro para garantir sua reeleição. Passa por uma permanência do prefeito Tião Bocalom no PP.
Disputa de 2024
Na última segunda-feira, 24h após o término do primeiro turno das eleições 2022, começou a campanha para vereador e prefeito. Hoje, quinta-feira, dia 6, já teve almoço em Rio Branco nesse sentido.
Antecipação de nomes
Nomes já falados nos bastidores para a disputa da prefeitura de Rio Branco, que poderiam ter a bênção do Palácio Rio Branco: Socorro Neri, Alysson Bestene e Ney Amorim. Mas isso é em conversa de restaurante. Ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte.
Apoio a Bolsonaro
No ato de declaração de apoio dos governadores a Bolsonaro, na manhã desta quinta-feira, 6, no Planalto, Gladson Cameli fez um lembrete importante: os 33% que o presidente deu de aumento para os professores.