EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO CORDEIRO I Organizando uma frente para disputar a prefeitura, Petecão diz estar aberto a conversar com Bocalom e revela que Marcos Alexandre já tem mais de dez partidos
O senador Sérgio Petecão (PSD) parece ter desencorporado de vez daquele caboclo ranzinza que foi na eleição passada, quando parecia amargurado. Está irradiando alegria outra vez, conversando com deus e o mundo. A cozinha da casa amarela virou outra vez um piseiro com o entra e sai de velhos e novos aliados e ao invés da acidez das críticas, conversa com docilidade ao ser referir à ex e a atuais aliados da forma como fazia antigamente, também com muito bom humor. Voltou a se comunicar frequentemente com o governador Gladson Cameli (PP), sem nenhuma rusga, e até distribui elogios ao governador, ressaltando sua inquestionável popularidade. Petecão anda direto com Márcio Bittar e troca ideia todo dia com Alan Rick, esses dois seus colegas senadores, que são do União Brasil. Perguntado sobre a frente que anda construindo para disputar a prefeitura da capital, ele mesmo minimiza a obra politica na construção da qual vem trabalhando esmeradamente. Segundo ele, quem tem uma frente ampla de partidos debaixo do sovaco é o ex-prefeito Marcos Alexandre. Ele afirma que o ex-petista recebeu a garantia de 12 partidos de estarem juntos com ele em 2024. Nesse quesito, Petecão concorre com o MDB, que tambem tenta convencer Alexandre a se filie lá e levar consigo essa frente de siglas. O velho senador, marido da atual vice-prefeita da capital, Marfisa Galvão, não esquenta a moringa. Inclusive, nega ser o pai dessa suposta frente, mas admite estar aberto a conversar com todos, para ajudar, quem sabe, a forma-la. Informa que conversou sobre essa provável aliança até com o governador Gladson Cameli, de quem faz uma gozação. “O Gladson é ninja, mas quero vê ele resolver essa situação até as eleições”, diz, rindo. Enquanto o tempo passa, diz ele, vai fazendo a arte da política, que é conversar. E conversar com todo mundo, inclusive com o prefeito Tião Bocalom (PP), com quem se atritou desde logo após a eleição passada. “Não viu que eu almocei panelada com cachaça de jambu com o Cesário (Braga, presidente do PT) nesta sexta-feira?”, lembra. Ele estar, e parece falar de coração aberto, disposto a ouvir opiniões e voltar a ser o que foi lá no começo. Trocando em miúdos, Petecão pode chegar nas eleições como comandante de uma grande frente, com um candidato forte na cabeça, mas também pode chegar sozinho com seu PSD. Na política não tem bom. Depois da última eleição é melhor esperar pra saber se ele voltou a ser concorrente a altura de outros atores políticos que o Acre produziu nos últimos anos