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EVANDRO CORDEIRO

COLUNA DO EVANDRO | Ignorado pelos comitês, o ex-fenômeno de votos Chicão Brígido se queixa do MDB e de alguns amigos duas décadas depois: “Fui pro sacrifício e prejudiquei minha carreira”

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Hoje cedo bati um papo com o ex-vereador e ex-deputado federal Chicão Brígido. Nos anos 1990, esse homem foi o maior fenômeno político da história do Acre. Se elegeu com acachapantes votações seguidas vezes. Chegou a fechar urnas de cabo a rabo. Hoje ele não vive mal, é bem resolvido espiritualmente, pentecostal que professa ser, mas é meio queixoso quando o assunto é política. A campanha começou e até agora o Chicão não foi procurado.

Veja nossa conversa rápida:

– Compadre Chicão você foi um fenômeno político nos anos 1990. Qual a diferença daquele momento político para o atual?

Chicão – A diferença é que temos muitos candidatos participando do processo político, isso divide o eleitorado que vota na pessoa pela confiança em seu trabalho. Por outro lado, aumentou o percentual de eleitores que buscam um candidato mais com esquema financeiro, uns eleitores procuram ganhar algum dinheiro nas eleições, sejam trabalhando nas ruas como militantes políticos ou com a proposta de fazer boca de urna no dia da eleição. Isso favorece quem tem dinheiro e certamente o maior adversário de quem é contra o dinheiro como a melhor ferramenta pra conquistar um mandato popular.

– O Chicão ainda é um fenômeno?

Chicão – Avalio que o fenômeno Chicão, como referência política continua, tá vivo ainda. Fui campeão de votos em quatro eleições, em uma delas tive todos os votos de algumas urnas aqui na região onde moro, na Estação Experimental, onde os eleitores votaram pela confiança e consideração. Isso é histórico, muito forte, difícil de esquecer. Por conseguinte, com as estratégias do momento atual, se me doarem os milhões que muitos recebem pra fazer campanha, te garanto: sou campeão de votos de novo. Importante ressaltar que se não tivesse ido ajudar o MDB, naquela eleição majoritária em 1998, creio que estaria ainda com o mandato de deputado federal. Me sacrifiquei e prejudiquei minha carreira. Sempre fui bem avaliado com os mandatos que exerci.

– Como tu vê a disputa em curso? Quem leva essa pro Senado?

Chicão – Avalio que para o Senado o cenário ainda é incerto. Para o Governo, com as candidaturas consolidadas que estão aí, vão para o segundo turno Gladson e Jorge Viana. As demais lideranças são pessoas com força política, mas estão em carreira solo, aí fica mais difícil chamar a atenção do eleitorado.

– Nessas eleições não tem um Brígido na disputa. Isso não é ruim pra você? Não potencializa teu ostracismo?

Chicão – Nessa eleição eu não disputo nada. Meu filho filiou-se no PROS com o propósito de concorrer a deputado estadual, mas em razão do partido não ter proporcionado nenhum suporte, estamos avaliando. Nosso legado continua, compadre.

– Então o Chicão não se aposentou?

Chicão – Ainda não. Na pandemia fiquei mais em casa, mas se comunicando. Se o amigo estiver precisando de um peão com mais de 60 anos pra ajudar estou à disposição.

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