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EVANDRO CORDEIRO

COLUNA DO EVANDRO Lideranças se irritam com insinuações do MDB que apontam o PT como uma das causas da derrota de Marcus Alexandre

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Algumas falas de lideranças do MDB ao tentar explicar a derrota eleitoral do último dia 6 para o prefeito Tiao Bocalom (PL) apontam culpados direitos, indiretos, e o PT aparece nos dois casos. Alguns emedebistas, entre eles o deputado Tanizio Sá, chegam a avaliar como desnecessária a aliança construída para o pleito. O PSD do senador Sérgio Petecão entra no pacote, por igualmente nada ter acrescentado a campanha de Marcus Alexandre. Mais ou menos assim: ao invés de ajudar, atrapalharam, criando no entorno do ‘novo’ Marcus uma coalizão que virou um verdadeiro fardo.

Em artigo assinado a duas mãos pelo presidente do PT, Daniel Zen, e pelo único vereador eleito pelo partido, André Kamai, a insatisfação com as insinuações deletérias fica cristalina. O artigo circulou meio que restrito às redes sociais da galera do campo progressista, com um conteúdo que finda também sendo uma espécie de mea culpa. Os petistas concluem, em determinado momento, que também não precisavam ter ido. Uma lavagem de roupa bacana. Zen e Kamai reduziram suas ideias sobre por meio de um bem escolhido título para seu artigo: ‘Quando a aliança vira alvo: a covardia pós-eleição em Rio Branco’. Diz quase tudo. Dentro da lauda, essa manchete tem sua exegese bem explorada. “O discurso que emana das hostes emedebistas é o mais recorrente: o de que a responsabilidade pela derrota de seu candidato foi da aliança com o PT e demais partidos do chamado campo progressista de esquerda. Chegam a culpar o Governo Federal por nada ter feito para impedir a liberação de R$ 140 milhões do empréstimo que a Prefeitura contraiu junto ao Banco do Brasil, para custear as ações do programa Asfalta Rio Branco”, escrevem as duas lideranças. A partir daí iniciam uma análise matemática para fazer comparações sobre dados de eleições passadas. Noves fora nada, eles concluem que ‘a ida para o MDB, entendida como uma redenção, só foi capaz de lhe agregar míseros 4.659 votos ao ativo já construído em sua trajetória no PT’.

E segue a análise dos dois: – Por sua vez, os candidatos a vereador da FÉ-BRASIL obtiveram, na somatória, 8.971 votos. Já os da federação PSOL/REDE obtiveram 2.776. Com toda a alegada rejeição, o fato é que, juntos, os partidos do chamado campo progressista de esquerda que estavam na aliança com o MDB obtiveram 11.747 votos. Isso equivale a 17% da votação majoritária. E nem estamos considerando a votação do PSB – que teve candidatura própria – e nem do PSD, que tinha a candidata a vice-prefeita na chapa. Isso quer dizer que, se os partidos do campo de esquerda que estiveram na aliança com o MDB tivessem lançado candidatura própria a prefeito, certamente não teriam ganhado a eleição, mas, a diferença de votos do Bocalom para o Marcus teria sido ainda maior.
Por fim, a conclusão: – Ao invés de proceder com uma autocrítica sincera e perceber os próprios erros e fragilidades na condução da campanha, além de enxergar o óbvio e calibrar a mira para o adversário que, ao abusar da força do dinheiro e das máquinas públicas, impôs mais uma derrota ao seu candidato, setores do “Glorioso” preferem atacar um “aliado”. Colocar a culpa no PT, na esquerda ou em quem quer que seja é de uma covardia sem limites. É um comportamento medíocre, típico de partidos fracos e oportunistas. A responsabilidade pela derrota é, pois, muito mais do MDB do que de qualquer aliado seu.

Da coluna: O artigo completo dos dois petistas está postado no Portal do Rosas.

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