EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO Os apressados comem cru, diz o velho ditado, que cabe bem para os adversários do prefeito Tião Bocalom
O ditado é chulo, raso, mesmo assim cai como uma luva para os adversários do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL): os apressados comem cru. Estes fizeram um alvoroço medonho pra materializar uma briga do alcaide com o PP, seu ex-partido, absolutamente abstrata, se apressaram em dizer que ninguém entre os vereadores queria ser seu líder na Câmara, tentarem falar mal da primeira dama, sua mais recente paixão, insinuaram cizânia dele com o governador Gladson Cameli (PP) e a cada nomeação publicada no Diário Oficial é um frenesi. Fazendo um paralelo com a filosofia de almanaque capivarol do seu Agostinho, lá no seringal Riacho, Bolívia, idos dos anos 1960, ao amanhecer com a sala toda cuspida depois de uma noite de forró, quando ele cunhava que o cuspe era pra se cuspir mesmo, ao justificar o resultado da farra, oposição é pra fazer oposição mesmo. Na democracia, o melhor para a convivência em sociedade, uma criação dos gregos, é assim que funciona. A situação governa e os adversários criticam. O povo é que decide no final. O que essa oposição infernizou esse Bocalom desde sua reeleição não está em nenhum gibi. As investidas só perdem para o que a esquerda brasileira fez com Bolsonaro, patrocinada pela ONG americana USAID, a descoberta mais recentemente feita pelo governo Trump. Macaco velho, com sete décadas e pouco de vida, Bocalom com seu chapéu da velha guarda da mangueira, vai eliminando os levantes, um a um. Detalhe: sem perder a ternura. Ninguém viu Bocalom com fanaquitos por causa disso. Quando arrocham ele, não vai pescar, vai pro cafezal, com sua amada elogiadissima. O Boca novo, um potro, bagual, novinho da silva, vai queimando setenta e deixando os algozes pra trás. Já se resolveu com a Câmara, com o PP, com União Brasil, com os mototaxistas, com a mãe do sal torrado. Manteve seus fiéis escudeiros em posições estratégicas, realocou aliados e prepara o terreno para fazer uma gestão histórica em Rio Branco. É obra que nem presta, como se diz na gíria, vindo aí. Viaduto da AABB, do Horto Florestal, asfalto em 80% da periferia, saúde funcionando a todo vapor. Engrenou o negócio. O inimigo mais fatal tem sido o abençoado inverno. Pelo visto, Bocalom não tem é tempo de se indispor com a galerinha da lacração. Uma mistura de Jânio Quadros com Tancredo Neves, faz aliado esperar com paciência e gente desconvidada pela gestão dizer que não aceitou o cargo. O Boca é top. Gladson finalmente parece ter arrumado um político parecido consigo. Parecido.