EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO Os comandantes da tropa de elite que trabalharam em silêncio para garantir a campanha e a vitória não podem ser anônimos
Uma campanha eleitoral vitoriosa não é um feito qualquer, sobretudo com a profissionalização da política nos últimos anos. São muitas responsabilidades com o Fundo Eleitoral, com o cumprimento das leis eleitorais, cujos julgamentos são bem diferentes da Justiça comum, acontecem rápido. Faz tempo que campanhas deixaram de ser um magote de gente entrando e saindo dos comitês sem rumo, sem sentido. Mesmo as campanhas derrotadas tem seus méritos, sua organização. E os políticos, que são as estrelas dos palanques, hoje em dia não batem mais cabeça com pormenores. Eles acordam e podem ir ao encontro dos eleitores porque sua retaguarda foi resolvida mais cedo. Tem carros motorista, agenda com horário. Sem desmerecer toda a equipe que conduziu a campanha vitoriosa do Tião Bocalom, se faz necessário citar o coordenador Renan Bits, o Lívio Veras e o João Paulo Bittar, quando o assunto é organização. Em silêncio, nos bastidores, eles comandaram uma tropa de elite com muita disciplina, garantindo o andamento do processo, sem a necessidade de recorrer às estrelas dos palanques. E no dia 6 de outubro, com a vitória acachapante, o nome deles apareceu. Eles não tem votos, mas criam o ambiente para fabricá-los.
Show de assessoria
Todas as assessorias de imprensa dos candidatos a prefeito em Rio Branco foram diligentes nessa campanha, demonstrando muito profissionalismo. Da Nany Damasceno com Jarude, Renata e Jaciara com Jenilson, Andréia Forneck com Marcus Alexandre e Ton Lindoso com Bocalom, eles deram seus shows.
Assessores em alta
Os assessores de imprensa de alguns dos prefeitos reeleitos ou eleitos aumentaram seus prestígios, após a eleição de domingo. Em Rio Branco, Ailton Oliveira conduz a comunicação do Bocalom com aquele jeitão bonachão, mas com um profissionalismo que a reeleição do chefe dele revela. Em Cruzeiro do Sul, o condutor do setor na prefeitura é o experiente jornalista e radialista Chico Melo. Outro que está em alta em Chiquinho Chaves, da prefeitura de Brasileia. Esses caras precisam ser reconhecidos pelo cuidado com seus assessorados.
PCdoB cansado
De domingo para cá já ouvi pelo menos uns três camaradas do PCdoB dizerem que está na hora de o deputado Edvaldo Magalhães passar o bastão do partido para um pessoal mais novo, com mais vigor. Ele teria perdido aquele entusiasmo dos anos dourados da esquerda.
Evolução das campanhas
A derrota nas urnas do interminável vereador N Lima (PP) para um time de novatos, mostra o quanto a política passou a ser tratada como os grandes e modernos negócios. As campanhas em moldes antigos começam a cair em desuso. No caso do N Lima, ele perdeu a cadeira, mas não o título de leal, de ser um político que tem lado e por isso respeitado pela direita.
Mexe sim
O prefeito reeleito, Tião Bocalom (PL), repetiu aquela famosa frase segundo a qual em time que está ganhando não se mexe. Isso é dito, no entanto, como uma muleta linguística, apenasmente. Claro que em janeiro a prefeitura passará por uma reforma. Tem um time de vereadores e suplentes que o prefeito certamente contemplará.
Grupos fortes
Com o resultado de domingo nas urnas, tem uns grupos que saíram muito fortes e que vão cobrar suas faturas em 2026. Alguns puxadores desses grupos: Luiz Tchê (PDT), Fernanda Hassem (PP), Manoel Moraes (PP), Clodoaldo Rodrigues (Republicanos), Nicolau Júnior (PP) e Luiz Gonzaga (PSDB). Esse pessoal vai discutir no andar de cima.
Lorota
Prosa de bastidores. Os institutos de pesquisas enganaram o prefeito de Bujari, João Padeiro (PDT).
Pingo de esperança
Um pingo vermelho de esperança para o PT foi derramado dentro da Câmara Municipal de Rio Branco com a eleição do bom André Kamai.
Situação difícil
Não se tripudia sobre derrotados, se avalia respeitosamente as situações. No caso do senador Sérgio Petecão (PSD), há um trabalho duro pela frente, se ele quiser sobreviver politicamente. Hoje, hoje, ele teria uma eleição difícil para deputado federal. Lembrando que as coisas mudam da noite para o dia na política.