EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO PT varrido no Brasil, MDB do Acre na base do Governo e Bocalom caminhando para ser o maior prefeito da história
O resultado final do segundo turno das eleições para prefeito no Brasil, neste domingo, 27, empurrou o PT sete palmos abaixo da terra. Passou a aparecer nos gráficos lá nas linhas inferiores. Para se uma idéia, a sigla comemora, acreditem, a vitória de pirro em Fortaleza, capital do Ceará, onde o bolsonarismo arrancou um empate. O vencedor, Evandro Leitão, ficou com a prefeitura dentro daquelas diferenças de Dilma para Aécio e Lula para Bolsonaro, no fotoshat. O PT e seus puxadinhos vão administrar 300 e poucas cidades, 10% dos municípios brasileiros. Com exceção de Fortaleza, todas as prefeituras conquistadas são cidadelas pelos distantes interiores. Ficou em nono lugar entre os perdidos do Brasil, mesmo tendo o presidente da República com 60 milhões de votos, segundo o TSE. No Acre, eleição resolvida no primeiro turno, o Partido dos Trabalhadores só conseguiu o ‘indez’, pelo menos na capital, onde elegeu um vereador, o André Kamai, pertencente a uma corrente menos extremista, com musculatura suficiente, talvez, para uma reeleição em 2028. Terminada a disputa, em definitivo, o PT acreano deve se distanciar do MDB, na casa de quem se alojou para as eleições em Rio Branco, numa tentativa de voltar com outra roupa para o baile dos grandes. Os emedebistas, a rigor, devem iniciar nessa semana ainda um processo de disputa interna como nunca ocorreu desde a época do Rui Lino, do Raimundo Melo e Ariosto. Pelo menos três grupos anelam dirigir o ‘glorioso’, um deles capitaneado pelo deputado Tanizio Sá, cuja ideia é levar a sigla para a base do Governo e formar uma chapa de federal e outra de estadual em 2026 na aliança de Gladson Cameli (PP), garantindo a própria reeleição e quem sabe uma cadeira em Brasília; o outro, liderado pelo ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, pensaria em chapa majoritária para as próximas eleições, mas é uma turma que os cabeças brancas da capital não confiam; e há ainda o grupo dos veteranos, que pretende deixar Flaviano Melo no comando, sob a batuta do qual não se sabe ao certo um posicionamento em relação a 2026. Flaviano é calado demais. Enquanto não se resolvem, o atual presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, Raimundo Neném (PL), vai consolidando sua reeleição para dirigir a casa por mais dois anos, provavelmente com a benção do prefeito Tião Bocalom (PL), reeleito com votação convincente e que o estabelece como liderança emergente no Estado, inclusive com cancha para figurar mais na frente como um dos maiores prefeitos da história da capital, caso conclua todas as obras que planeja. Até se resolverem todas essas coisas, o governador Cameli, juntamente com o senador Márcio Bittar (UB), devem seguir juntos, como foi na eleição recente, para chegarem ao consenso de um candidato único do grupo para 2026, tendo como opções a atual vice-governadora Mailza Assis (PP), o senador Alan Rick (UB), o deputado estadual Nicolau Júnior (PP) e o próprio Bittar. O tempo, outra vez, vai ser o senhor da razão.
O prêmio é do povo
A reeleição do prefeito Zequinha Lima (PP), em Cruzeiro do Sul, tem dois grandes vendedores, o próprio Zeca, e o principal artífice, o governador Gladson Cameli (PP). Liderança exponencial, alçado a um patamar sem precedentes na história da política no Acre, Cameli não reinvidicou para si essa glória, nem deverá fazê-lo. Não é de seu feitio. Sua vaidade parece estar mais ligada à nova barba do que sair por ai dizendo que elegeu e reelegeu maioria absoluta dos prefeitos do Acre. O Zequinha, vitorioso certamente pelo trabalho bom, pela forma respeitosa com a qual se relaciona com seu munícipes, esse é que não cobra louros para si. Nesse ínterim, vale registrar o esforço dos três deputados estaduais da região, a saber Clodoaldo Rodrigues (Republicanos), Nicolau Júnior (PP) e Luiz Gonzaga (PSDB), além dos senadores Márcio Bittar e Alan Rick, ambos do União Brasil, sem contar o empenho do chefe da Casa Cívil do Estado, Jonathan Donadoni. Fora esse grupo, não há protagonistas nesta vitória, senão o coletivo, o povo. Quem aparecer por aí reivindicando esse prêmio, desconsidere.