EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Todo mundo quer ser secretário do Gladson Cameli
Esses dias o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB), líder da oposição ao Governo Gladson na Assembléia Legislativa, me mandou mais ou menos a seguinte mensagem, visto que apaguei o texto: “Caro amigo Evandro, pare de escrever que a esquerda está perseguindo o governo do Gladson. Ele tem sido alvejado é pelos ex-aliados. O fogo é amigo”. Eu conheço o Edvaldo há décadas, desde quando ele perdeu sua primeira eleição por um voto, nos anos 1990, e reconheço a forma leal como ele se conduz diante de opositores. No auge do PT ele travava embates históricos com a oposição, sem perder a razão. Penso há dias na mensagem do camarada véi, praticamente admitindo a razão dele. Na verdade, a oposição de fato e direito, formada por partidos de esquerda, tem pouco se manifestado, senão numa ou noutra questão. As razões seriam várias. Pode ser que seja pela forma humilhante como foi expurgada nas urnas, até, talvez, por reconhecer o esforço de Cameli para reorganizar o Acre depois da gestão deles e, sobretudo, nesse pós-pandemia. Os gritos histéricos e faniquitos contra a gestão tem partido de elementos que, em 2018, estavam no palanque com Gladson. Boa parte tem razão e o governador, humildemente, admite. A questão é outra. Cameli, no afã de gerenciar com austeridade, reduziu exponencialmente a estrutura administrativa e com isso caiu o número de cargos comissionados. Enquanto o PT mantinha de parente de parlamentar a presidente de bairro debaixo do sovaco, com alguma coisa perto de cinco mil cargos, o atual Governo baixou para cerca de dois mil. Não dá para absorver na gestão todo mundo que odeia o PT. Pior: alguns desses ex-aliados, quando se manifestam, eles não reclamam CEC, o sujeito quer ser secretário e, aqui entre nós, eu também queria. Como maioria deles, tenho bagagem moral, curricular…a questão é física mesmo. Não dá para nomear dois secretários em uma mesma pasta. Para quem não entende, a ideia é fixa: tome fogo no governador. Para sorte dele, as pessoas que não vivem da política, não brigam por cargos e só querem o Estado presente para resolver as demandas coletivas, parecem satisfeitas com a gestão. Uma pesquisa atrás da outra mostram um Cameli que cresce muito, mesmo sob saraivadas de balas. Os dados levantados pelos institutos têm apresentado resultados equivalentes em todos os bunkers. Não adianta estrebuchar. Os próprios “amigos” do governador de 2018 já repararam que, se não for no tapetão, não tem como derruba-lo. Sem rumo, talvez esse “exército” da incompreensão siga atirando com o obcecado desejo de acertar nele ao menos um “bago” de chumbo.
Como hoje é sábado, sugiro um armistício.
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