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COLUNA DO PROFESSOR RAIMUNDO FERREIRA — O passado está presente
Nós que enfrentamos as dificuldades do dia a dia, convivemos e presenciamos as coisas, os acontecimentos e os fenômenos ao nosso redor, não percebemos e nem nos preocupamos com o porquê das características, das aparências e dos detalhes que existem em cada objeto, paisagens e também das manifestações naturais e sociais à nossa volta. Como seres racionais e inteligentes que somos, deveríamos ser um pouco mais atentos. Na verdade, o que aconteceu ou deixou de acontecer no passado, sem dúvida são fatores responsáveis pela forma, conteúdo e aparências das coisas e circunstâncias que se apresentam na atualidade, os registros históricos, mesmo contendo falhas na apresentação dos fatos, mesmo assim, poderão fornecer as informações para remontar o passado e dessa forma entendermos um pouco da realidade atual, mesmo porque, todo o acervo e aspecto de tudo que está à nossa volta, apresenta-se carregado com as marcas dos acontecimentos e dos fenômenos do passado, e, além dos valores culturais e sociais contidos, ainda existem as influências de catástrofes, das relações politicaeconômicas entre outras, que ocorreram em tempos idos. Conforme somos sabedores, em um espaço de cinquenta a sessenta anos, acontece o desaparecimento e surgimento de pessoas, de manifestações culturais e sociais, de hábitos e costumes, de modas, de regimes políticos e muitas outras coisas. Aqui em nosso estado por exemplo, quem veio da década de sessenta até a atualidade, poderá remontar uma trajetória em que convivemos em outra realidade ambiental, outra forma de vida, outras relações econômicas e outro ordenamento sociopolítico. A geração atual que não vivenciou esses acontecimentos, somente poderão tomar conhecimento desse passado e que cem dúvida contribuiu para que estejamos experimentando a situação atual, se recorrer aos registros históricos, que repito, são falhos, mas, infelizmente, são as únicas ferramentas que dispomos para remontar o passado. Falar sobre o passado e o presente nos trás a sensação de impotência e ao mesmo tempo nos fortalece como seres integrados e participantes dessa existência, que apesar de passageira, nos oferece a oportunidade de deixar marcado, ao menos junto à alguma atividade ou pessoa próxima, que em determinada época estávamos aqui testemunhado os momentos e acontecimentos que estão passando e que certamente vão contribuir para a edificação do futuro.