RAIMUNDO FERREIRA
Colunista do Acrenews, professor e arquivista Raímundo Ferreira de Souza reage a chacota de que “o Acre existe”
O ACRE EXISTE
Raimundo Ferreira
Não sei se alguém, por ignorância ou em tom de chacota, fez com que fosse popularizada a frase que vemos estampada em camisetas, bonés e outros souvenirs, afirmando que “o Acre existe”. Na verdade, o real motivo refere-se a idea do isolamento e também da distância que o Acre se encntra dos grandes centros. No entanto, sempre que me deparo com essa presepada, me vem à mente aquela outra frase óbvia que alguns religiosos ficam repetindo, existindo inclusive placas, afirmando que “Deus é fiel”. Em ambas, não há necessidade alguma de reafirmar o que já está firme e afirmado. Todavia, para não perder a oportunidade de fazer alguns relatos sobre o Acre:
Poderíamos iniciar definindo como sendo um ambiente taciturno, com a presença de florestas tropicais densas e ambientes urbanizados. O clima é quente, úmido e, apesar de existir um período de aproximadamente seis meses no ano em que as chuvas irrigam o solo com uma frequência em média de duas vezes por semana, mas em que a temperatura se mantém acima dos 35 graus centígrados, o ar condicionado é utilizado não somente por uma questão de bem-estar, mas sim por necessidade de sobrevivência. Sobre as estações, as condições naturais são demarcadas nitidamente por dois momentos distintos: o período das chuvas frequentes, aproximadamente de novembro a março, denominado de inverno amazônico. Nesse período podem acontecer as cheias dos rios e igarapés e as alagações nas áreas de várzeas. Os outros meses do ano, o sol assola toda região, fazendo desaparecer as águas e causando secas por todo território, denominado de verão amazônico. Nesse período ocorrem as frequentes queimadas. Em sínteses, por uma questão de segurança individual, pois, as pessoas poderão ser alcançadas de surpresa, faz-se necessário que todos saibam nadar para maior tranquilidade na época do inverno. No verão, é oportuno as pessoas ficarem atentas aos focos de calor e também munidas com medicações antialérgicas, pois, por essa época da seca, a poeira e fumaça infestam todos os recantos. O povo do Acre que a gente conhece vive e convive todos os anos experimentando essas condições.