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Como as tarifas de Trump sobre a China podem impactar a economia do Brasil
Pequim pode intensificar compra de produtos dos EUA e reduzir dependência sobre os brasileiros
As relações comerciais entre Brasil e China podem sofrer abalos significativos caso os Estados Unidos avancem com a ideia de impor novas tarifas sobre as importações chinesas, alertam especialistas.
O presidente norte-americano Donald Trump, que tomou posse nesta segunda-feira (20), reiterou em várias ocasiões a intenção de aumentar a taxação sobre os produtos vindos da China.
A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo é um fator decisivo para a economia do Brasil. Isso porque, para minimizar os impactos das tarifas de Trump, a China pode intensificar a compra de produtos agrícolas dos EUA e reduzir a dependência sobre as importações brasileiras.
Em 2023, o Brasil exportou mais de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 362 bilhões) em produtos do agronegócio para a China. Foram US$ 9 bilhões (aproximadamente R$ 54 bilhões) a mais do que em 2022, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Economistas apontam que uma redução na demanda chinesa por produtos brasileiros resultaria em perdas bilionárias para o agronegócio brasileiro e para a economia do país como um todo.
Para o especialista, o desenvolvimento do Brasil como um grande país com superávit comercial depende em grande parte de sua relação com a China. “O Brasil está prestes a descobrir que não existe um ‘Sul Global’”, disse, acrescentando que o país pode “ser descartado como uma batata quente”.
Embora seja o principal exportador para a China, o Brasil também importa do país asiático. As duas nações mantêm relações diplomáticas há 50 anos e, desde 2004, nutrem um comércio bilateral estruturado na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN).
As importações por parte do Brasil somam aproximadamente US$ 1,18 bilhão (aproximadamente R$ 7,14 bilhões), segundo o Mapa. A maioria dos produtos são florestais e têxteis.