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Completos 33 dias, manifestantes bolsonaristas ainda resistem próximo ao 4° BIS
Por Wanglézio Braga | Foto: Arquivo/Reprodução Redes Sociais
Hoje (05) completa 33 dias que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), contrários a eleição do presidente Lula da Silva (PT), ocupam um terreno abandonado próximo ao 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4°BIS) localizado na rua Colômbia, na região do bairro Bosque em Rio Branco, onde pedem “ajuda” das Forças Armadas.
São homens e mulheres que clamam por interferência nas Eleições, ocorridas em outubro deste ano. O grupo que varia, de aproximadamente 50 pessoas, garante que vai continuar no local até que consiga reverter o resultado oficial das eleições.
Nesse pouco mais de um mês, muita coisa mudou principalmente na rotina do bairro considerado tranquilo, bem como no acesso do próprio Batalhão de Infantaria. A aglomeração de pessoas na rua Colômbia e adjacências, atrapalha o trânsito e o acesso às residências. Isso requer muita paciência dos moradores.
Outra queixa da vizinhança diz respeito aos veículos que ficam estacionados ao longo da estreita via. “Difícil manobrar um carro, guardar aqui na garagem de casa. A maioria desses carros são caminhonetes e ocupam muito espaço na rua. Às vezes temos que sair de casa e ir no movimento pedir pra tirar o veículo. O inferno fica completo quando os alarmes tocam, ninguém tem paz!”, diz a moradora Olívia Fernandes.
Os moradores relatam também que a poluição sonora é constante. “Quando chega um caminhão do 4° BIS ou quando os militares entram para trabalhar, os manifestantes ligam as caixas de som e tocam o Hino Nacional, isso tudo fora do horário permitido, em qualquer hora. Eles não se preocupam se tem idosos, crianças ou pessoas dormindo por aqui. Começam a cantar e até gritar”, comenta Francisco Júnior.
No mês passado, o juiz Giordane Dourado, titular do 3° Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Branco, acatou uma ação do Ministério Público do Acre (MPAC) para a desobstrução da via de acesso ao 4° BIS. A determinação vem sendo seguida em partes. É que após a saída das viaturas da Polícia Militar do Acre (PMAC) o local volta a ser tomado por manifestantes.
Do outro lado da história, muitos manifestantes consultados pelo AcreNews pregam que o ato é ordeiro e que inclusive, tem o apoio dos próprios moradores do bairro. Alguns acreditam que sem o apoio deles, dos moradores, seria impossível continuar acampado por tanto tempo. Ao serem questionados sobre a obediência de não bloquear ruas, eles afirmam veemente que acatam a ordem do magistrado.
O ALOJAMENTO
Para manter a presença do grupo extremista de direita no local, há boa estrutura no acampamento com direito a banheiros químicos e uma cozinha industrial completa. Nessa última, existe até a área do refeitório com churrasqueira que constantemente é usada para assar os famosos costelões. Toda comida é feita no local.
Para quem tem sede, a caixa d’água adaptada sempre é abastecida com água mineral. Para mantê-los despertos, café à vontade. Uma cafeteira industrial deixa a bebida quente durante todo o dia. Para quem quer tirar um sono, algumas redes estão espalhadas no ambiente. Os carros também são usados para a soneca.
Questionados sobre quem patrocina a alimentação, o silêncio impera. O silêncio é quebrado quando eles reafirmam que não há data para dissolver o movimento. “Estamos aqui pelo futuro do nosso país e só vamos sair daqui quando for resolvido”, diz um manifestante.