GERAL
Conhecida por tratar o agro como inimigo, Marina Silva deve ser ouvida pela Comissão de Agricultura do Congresso Nacional
O clima esquentou entre o agronegócio e o governo federal. O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara (CAPADR), deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), apresentou requerimento para convocar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a prestar esclarecimentos sobre o Plano Clima, documento que, segundo o parlamentar, coloca o agro como principal alvo das metas ambientais.
De acordo com nota oficial da CAPADR, o plano atribui ao setor agropecuário a maior parte das responsabilidades na redução de emissões de gases de efeito estufa, chegando a exigir cortes de até 54%. Enquanto isso, setores como o de energia teriam permissão para ampliar suas emissões.
Outro ponto de crítica é o tratamento dado às áreas de assentamentos, comunidades indígenas e quilombolas, nas quais o agro aparece como grande responsável pelas emissões, sem considerar os avanços em práticas sustentáveis que já ajudam a remover gases poluentes.
Para o deputado Rodolfo Nogueira, a proposta do governo ignora o papel estratégico do setor.
“O agro não pode ser tratado como inimigo do Brasil. É parte da solução, não do problema. Convocar a ministra Marina Silva é um passo necessário para dar transparência e evitar que medidas ideológicas prejudiquem quem garante a segurança alimentar e sustenta a economia nacional”, disse.
A comissão também apontou falhas de transparência no plano, como o uso de fontes não oficiais, a falta de acesso aos modelos de cálculo e a ausência de participação do Congresso na elaboração do documento.
Segundo a CAPADR, o plano ainda avança sobre direitos já garantidos em lei, ao restringir a supressão legal de vegetação sem oferecer incentivos ou recursos para compensação.
O colegiado garantiu que continuará atento para que o Plano Clima não se torne um “instrumento de ataque ao setor produtivo”, defendendo políticas que reconheçam, incentivem e deem segurança jurídica aos produtores rurais.