ARTIGO
Crônica de domingo | Beth Passos
É na madrugada que meus pensamentos viram frases, nomes, vidas.
Sim, são esses pensamentos que turbinam minha mente com lembranças que hoje sinto vontade de escrever, não apenas lembranças, mas para fixá-las, deixar mais viva em mim.
É na madrugada que sinto vontade de escrever e tudo tem uma mistura boa, com sabor de fruta mordida, e em passos lentos me devoro na pressa de não ser apenas um rabisco e sim, a pura poesia derramada sobre tua pela que vejo no papel.
Eu me sinto livre, com vida, pra debruçar em um papel, seja branco ou de pão, na companhia das linhas e canetas, pra juntar todas as letras, formando palavras, posso chegar até você com mesmo sabor que um dia escrevi frases, poemas, rabisco.
Eu posso escrever em qualquer lugar, com música ou sem, ouvindo apenas o barulho do silêncio, isso mesmo, barulho.
Parece louco ouvir barulho no silêncio. Mas é nesse silêncio que o barulho que existe aqui dentro, sai e geral se cala, e ouvindo minha própria voz, bem baixinho. E paulatinamente me debruço num papel e vou deixando um pouco de mim, em cada linha.
É na madrugada que faço os meus rabiscos, tento fazer arte e travessura de criança, em cima de uma tela e num papel, nas cores vivas, para ficar viva nesse arco-íris “cinza”, digamos meio sem vida.
É na linda Madrugada onde os mais sensíveis mostram sua cara no rabisco feito com a alma de um mero dom de sentir o que poucos conseguem sentir…
A noite é a paz de espírito dos poetas ou gente como eu, que rabisca o que a alma sente, e se entrega as sensações, seja escrita ou não.
Quando não escrevo, me sinto nua, sem vida. E aos poucos vou me vestindo com as melhores letras, torcendo para que seja frase em forma de poesia, para assim seguir mais um dia vestida.
Abençoados sejam todos os caminhos escuros que percorri.
Hoje valorizo as cores.
Guardo todo o amarelo que consigo para iluminar o meu dia desde o nascente até o por do sol.
Beth Passos
Jornalista
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