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CULTURA & ENTRETENIMENTO

A fogueira não apagou: quadrilheiros falam sobre sua trajetória no circuito junino

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Foto: Acervo pessoal: LIQUAJAC – Liga de Quadrilhas Juninas do Acre

Assessoria de imprensa FEM

Saudades de um arraial, né, minha filha(o)? Este ano, devido a pandemia da Covid-19, o jeito é fazer a pipoca em casa, dançar na própria sala de estar e relembrar as memórias do último São João. Apesar disso, os quadrilheiros não pararam de pensar em maneiras de levar essa festa até você.

Jimy da Silva tem uma história antiga com essa época do ano. É um dos pioneiros do movimento de quadrilhas no Acre e há mais de 25 anos dedica-se ativamente ao movimento junino, auxiliando novos integrantes e mantendo a chama acesa. A princípio, ele começou a dançar por causa de namorada, hoje, os motivos são inúmeros.

Daniel Lopes conheceu o movimento há menos de uma década, mas já dançou mais do que uma. Quando chegou, por curiosidade, na “Matutos da Roça” tinha receio e vergonha, ficando somente na plateia. Mesmo como mero observador, ele foi acolhido e passou a integrar o grupo em 2013. Atualmente, é o presidente da liga de quadrilhas juninas do Estado do Acre, membro titular do Conselho Estadual de Cultura e coordenador da quadrilha “Matutos na Roça”.

Foto: Acervo pessoal: LIQUAJAC – Liga de Quadrilhas Juninas do Acre

Os dois quadrilheiros possuem narrativas distintas, no entanto, elas possuem algo em comum: o amor pela junina. Quando perguntados sobre o porquê de dançarem, as respostas são:

Jimmy “Dançar quadrilha vem devido a várias situações, os jovens muitas vezes são depressivos, outros brigam com a namorada e querem conhecer outras pessoas. A gente acaba fazendo um trabalho social… já fizemos casais reatar o casamento, já ajudamos pessoas depressivas a sair da depressão, já ajudamos pessoas que estavam em caminhos errados“.

Daniel As pessoas vêm para o movimento junino por curiosidade, um resgate. Quando chegam, elas se apaixonam por aquele momento de carinho e afeto. É um movimento que acolhe, abraça, resgata da situação de vulnerabilidade, além do papel de acolhimento e resistência. É um movimento que não deixou a fogueira apagar”.

Daniel revela ainda uma admiração por Jimy “ele abre mão da vida dele para tratar todos esses brincantes como filhos”. A esposa de Jimy, Rayane Duarte, também corresponde a esse amor pela junina. Administradora do grupo de noivas do Acre e do Brasil, há mais de 10 anos ela é a noiva mais premiada do Acre.

O movimento junino acreano vai além das roupas coloridas e da coreografia bem executada. Fazer cultura retira pessoas de situações de vulnerabilidade, até mesmo da depressão. Sobre isso, Daniel esclarece “Tem gente que festeja ao ver a ação ser realizada, mas não sabe o que tem por trás”. 

Foto: Acervo pessoal: LIQUAJAC – Liga de Quadrilhas Juninas do Acre

Daniel nunca se imaginou como presidente, mas diz que se inspirou em Jimy, pois ele já ocupou esse lugar e isso o inspirou. “Todas as experiências que eu tive foram inspiradas em alguém… Hoje, enquanto presidente da liga de quadrilhas eu me espelho neles, em me espelho em não errar e abraçar todos os grupos, em ser uma pessoa melhor para o movimento junino”.

Os quadrilheiros – como eles se denominam – também falaram sobre a importância da Lei Aldir Blanc neste momento pandêmico. Jimy ressalta que eles conseguiram “se salvar um pouco por causa da lei”.

Daniel “Existem pessoas que dependem desse círculo junino e com a pandemia estão infelizmente passando por algumas situações. A Lei Aldir Blanc foi de fato uma lei que ajudou os fazedores de cultura”. Sobre a situação atual das quadrilhas, ele ressalta “hoje o movimento junino está assim, tentando não deixar a fogueira apagar”.

A liga de quadrilhas foi contemplada através da Fundação de Cultura Elias Mansour com o protejo “esquenta junino” que ainda vai acontecer em sistema híbrido (semi-presencial). Ocorrerá um arraial junino em formato drive-thru em que as pessoas poderão comprar comidas típicas com segurança.

E aí, vai uma canjica?

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