Em declaração neste sábado (14), o deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil-AC) classificou a prisão do general Braga Netto como uma ação política e criticou duramente o Senado Federal. Segundo o parlamentar, a prisão reflete a submissão do Congresso Nacional ao Poder Judiciário, comprometendo a independência entre os poderes prevista na Constituição.
“Graças a um Senado omisso e covarde, o Congresso, que deveria ser um poder independente e representativo do povo, tem se tornado um órgão subalterno de um poder que está usurpando funções que não lhes pertencem. Faz alguma coisa, Senado!”, declarou o deputado em suas redes sociais.
A prisão de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e figura de destaque durante o governo de Jair Bolsonaro, aconteceu neste sábado. Para Ulysses, a detenção é um exemplo claro do que ele chamou de “perseguição política” contra líderes conservadores e militares que se alinharam ao ex-presidente.
A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-chefe da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, está relacionada a investigações sobre sua suposta participação em ações que atentariam contra a democracia brasileira. A detenção foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como parte de um inquérito que apura atos antidemocráticos e possíveis articulações para desestabilizar o sistema eleitoral e as instituições do país.
Braga Netto é acusado de envolvimento em reuniões e decisões estratégicas que teriam como objetivo questionar a lisura do processo eleitoral de 2022, que culminou na vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo as investigações, ele teria atuado em conjunto com outros integrantes do governo Bolsonaro em um suposto plano para desacreditar o sistema de votação eletrônica e, potencialmente, apoiar medidas que poderiam levar a uma ruptura institucional.
Entre as evidências apresentadas estão documentos, trocas de mensagens e depoimentos que indicariam a participação do general em discussões sobre a possibilidade de decretação de estado de defesa ou outras medidas excepcionais, sob o pretexto de “garantir a ordem”. A operação que resultou em sua prisão também mira outros militares e ex-autoridades, reforçando a tese de que houve uma articulação coordenada.