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Depois de 49 anos de serviço como juíza e desembargadora, Eva Evangelista se despede da magistratura
A magistratura estadual se despediu, em sessão solene do Pleno do TJAC, na manhã desta quarta-feira, 11, da desembargadora decana da Corte de Justiça, Eva Evangelista, que se aposenta após 49 anos de serviços públicos prestados ao Poder Judiciário e aos cidadãos acreanos.
Com inequívoca distinção, Eva Evangelista encerra sua carreira na jurisdição como a juíza de Direito mais longeva em atividade em todo o país, reconhecimento feito recentemente pelo novo corregedor-geral nacional, ministro Mauro Campbell, durante sua posse no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Poder Judiciário do Estado do Acre presta, dessa forma, merecida homenagem à sua desembargadora decana, em uma demonstração de unidade, apreço e reconhecimento pelos relevantes serviços desenvolvidos em prol da sociedade acreana, especialmente à parcela menos assistida da população, como minorias, indígenas, ribeirinhos, cidadãos das localidades mais distantes e isoladas, por meio dos programas sociais do TJAC.
A sessão solene, conduzida pela desembargadora-presidente Regina Ferrari, contou com a presença das desembargadoras Denise Bonfim, Waldirene Cordeiro, bem como dos desembargadores Luís Camolez (vice-presidente do TJAC), Samoel Evangelista (corregedor-geral da Justiça), Júnior Alberto, Laudivon Nogueira e Nonato Maia, além da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT14), desembargadora do trabalho Maria Cesarineide (convidada de honra).
Também integram o Pleno, o governador do Estado, Gladson Cameli; o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, o deputado Luiz Gonzaga; o presidente da Associação dos Magistrados do Acre, o juiz de Direito Gilberto Matos; o procurador-geral adjunto do Ministério Público, Celso Gerônimo; a defensora-geral da Defensoria Pública Estadual, Simone Santiago, o presidente da OAB Seccional, o advogado Rodrigo Aiache.
Prestigiaram a sessão, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, o senador da República, Alan Rick, a deputada Federal, Meire Serafim, o deputado Estadual, Eduardo Ribeiro, além de magistrados, promotores, procuradores de Justiça, defensores públicos, entre várias outras autoridades civis e militares, servidoras e servidores do tribunal.
Após a abertura feita pela desembargadora-presidente, Regina Ferrari, as homenagens tiveram início com uma apresentação do Coral Cancioneiros da Paz, do TJAC, que entoou as canções “Agnus Dei” (David Quinlan) e “Céu de Santo Amaro” (Flávio Venturini). O coral é formado por magistrados (as), servidores (as) e colaboradores (as) do Poder Judiciário.
Em seguida, autoridades e familiares presentes fizeram uso da palavra para tecer considerações e homenagens pessoais à desembargadora decana, em um momento de grande alegria e, acima de tudo, reconhecimento pela grande servidora pública, que deixa um imenso e indelével legado ao Poder Judiciário do Estado do Acre.
Depoimentos
A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, enalteceu a brilhante trajetória pessoal e profissional da decana da Corte de Justiça e fez uma breve reflexão sobre o momento e a inestimável contribuição de Eva Evangelista à sociedade acreana e ao Poder Judiciário do Estado do Acre.
“Nossa querida Desembargadora Eva, que encerra este ciclo após praticamente 50 anos – faltam só três meses para completar 50 anos de magistratura. Então, realmente é uma marca: meio século de vida dedicado ao verdadeiro sacerdócio em prol da Justiça. Ao longo desses anos, foi mais do que uma profissional exemplar; foi uma líder, uma mentora e, acima de tudo, uma defensora incansável dos direitos fundamentais dos mais vulneráveis e daqueles que bateram à sua porta, com sua sabedoria, ética e profundo respeito pela dignidade humana. Este dia nos remete a uma grande reflexão e aqui eu falo com servidores, servidoras, e com os senhores representantes de poderes (…). Vocação é isso, senhoras e senhores. É aquilo que você faz tão bem feito, como fez a desembargadora Eva, e que nos inspira como um farol e vai nos continuar nos inspirando por longos anos”, concluiu a desembargadora-presidente Regina Ferrari.
O promotor de Justiça, Vinícius Menandro, filho da homenageada, abriu sua fala com uma menção à canção ‘Eu Sei Que Vou Te Amar’, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, para expressar o sentimento e o orgulho que nutre pela trajetória ímpar trilhada pela mãe ao longo de quase cinco décadas como magistrada do Poder Judiciário do Acre.
“É com imensa honra que venho nesse púlpito falar em nome do meu pai, Raimundo Menandro, meu irmão, irmãs, tios, tias, sobrinhos, netos, família. Por mais que eu tente, não consigo encontrar palavras no dicionário para descrevê-la, mãe. A senhora sempre esteve à frente de seu tempo, defensora de causas tão desafiadoras e significantes, como o combate à violência contra mulher, a luta pelos direitos dos indígenas, dos ribeirinhos, das pessoas em vulnerabilidade. Esteio da nossa família, a senhora nos deixou o maior legado que uma pessoa pode deixar: carinho, dedicação e amor. A senhora está fechando apenas um capítulo, mas muitos outros virão”, disse Vinícius Menandro.
O neto da homenageada João Paulo Menandro também foi ao púlpito do TJAC e de lá, dirigiu palavras de carinho e agradecimento à avó, além de enaltecer sua carreira profissional e suas qualidades como matriarca da família.
“Hoje nos reunimos aqui para celebrar essa data tão marcante. Uma trajetória de quase 50 anos na magistratura acreana. Vô, sua história é uma fonte de inspiração para todos. Você dedicou sua carreira à Justiça, à ética e ao serviço público. Sua probidade e compromisso com a lei são compromisso de como a justiça pode ser operada, com profunda humanidade e compromisso inabalável com o espírito da Justiça. Seus conselhos e carinho formaram o caráter de todos nós e disso somos eternamente gratos. Esse é apenas mais um capítulo da sua vida. Pode ter certeza que cada um presente aqui hoje tem uma lembrança especial da senhora. E esse caminho, certamente, não para por aqui”, acrescentou João Paulo Menandro.
O desembargador Nonato Maia foi o primeiro membro da magistratura a falar. O magistrado de 2º grau relembrou como conheceu a desembargadora Eva Evangelista, no município de Sena Madureira, onde a decana do TJAC iniciou a carreira como juíza de Direito substituta, em 1975.
“As homenagens que a senhora recebeu ao longo desses últimos dias mostram o tamanho da sua importância não só para o Poder Judiciário, mas para o Estado, para a magistratura brasileira. A senhora escreveu o nome e ele vai ficar nos anais da história (…). Desde a época de Sena Madureira vem a referência de alguém que conduz com firmeza e destreza. Desembargadora meu respeito, minha admiração e que a senhora continue conosco nos auxiliando para que os mais novos também possam se espelhar no seu exemplo”, disse.
O vice-presidente do TJAC, desembargador Luís Camolez, registrou a importância do dia 11 de setembro de 2024 para o Poder Judiciário do Estado do Acre e do legado que a homenageada deixa a toda sociedade e, em especial, à Justiça estadual.
“Evidente que é um dia festivo, basta olhar o semblante e o sorriso de cada um aqui. Eu sempre disse que o importante não é fazer herdeiros, é fazer sucessores. E pelo que ouvi aqui do seu filho e do seu neto a senhora fez sucessores – e eu fico muito feliz por isso. A senhora nos deixa um legado, nas ações que deixou nos processos, nas conversas, nos sentimentos, nas lágrimas que completam esse ciclo. Muito obrigado, desembargadora Eva.”
O presidente do TRE-AC, desembargador Júnior Alberto Ribeiro, por sua vez, destacou os 49 de uma trajetória brilhante e que a decana do TJAC encerra a carreira na magistratura com o mesmo comprometimento e dedicação que marcaram seu início na profissão.
“Uma característica marcante da desembargadora Eva Evangelista é sua constância no exercício da jurisdição, sempre firme, que sempre desempenhou. A desembargadora cumpriu muito bem o desafio que a magistratura impõe. A desembargadora Eva não apenas acompanhou todas as mudanças, mas se adaptou a elas. Ela nos ensinou que o verdadeiro jurista é aquele que está disposto. A senhora é um verdadeiro marco na aproximação da Justiça aos cidadãos. Agradecemos por cada lição, cada exemplo e pelo seu comprometimento. Que o próximo capítulo da sua vida seja tão grandioso quanto a contribuição que a senhora deixou no Judiciário”, considerou o presidente do TRE-AC.
Também o desembargador Laudivon Nogueira ressaltou a trajetória profissional exemplar da homenageada e falou sobre a honra de dividir o exercício da magistratura e compartilhar conhecimentos com a desembargadora Eva.
“Hoje é um dia festivo, muito festivo, mas não posso negar que há um toque de nostalgia. Celebramos o encerramento de uma trajetória profissional exemplar, construída com dedicação, integridade e profundo compromisso com a Justiça. É uma grande honra dizer que não apenas aprendi sobre sua tutela, mas convivi ao seu lado na magistratura. Sempre me impressionou sua habilidade de ouvir. A desembargadora Eva Evangelista sempre demonstrou essa habilidade com maestria. Sua trajetória é um exemplo claro de dedicação até o último dia de trabalho. Esse amor pela justiça foi a força motriz que a manteve firme. Em cada decisão, projeto, estava seu compromisso inabalável com a defesa da Justiça. Sua jornada é um farol que continuará a iluminar nossos caminhos. O exemplo que nos deixa é de uma magistrada completa, que não aplica só a lei mas vive de maneira intensa priorizando sempre o bem comum”, assinalou o desembargador.
A desembargadora Waldirene Cordeiro mencionou a grande emoção pelo momento vivido pela Corte de Justiça acreana e agradeceu pela oportunidade de compartilhar a bancada do Pleno do TJAC com a decana da Corte de Justiça, uma “pequena e, ao mesmo tempo, gigante mulher, que sempre esteve à frente do seu tempo”.
“Uma magistrada tão intensa em tudo que já nasce com o nome da primeira mulher, Eva. E segue protagonista de sua história: primeira juíza, primeira presidente do TJAC e do TRE (…). Seu espírito materno com todos nós é uma benção. A vida é feita de ciclos que se completam em si e hoje encerra um. Seu trabalho alcança não só as mulheres, mas também os homens, sua forma de conduzir os desafios nos inspira. Um mundo mais fraterno esse é o lema da desembargadora Eva. Saudade com certeza nós sentiremos, mas o sentimento que prevalecerá é de gratidão (…). A senhora é inesquecível pela fidelidade aos princípios que desaguam no fazer Justiça. Muito obrigada, desembargadora Eva”, falou a desembargadora Waldirene Cordeiro.
A desembargadora Denise Bonfim, por sua vez, reafirmou a merecida conquista da desembargadora Eva Evangelista e, bastante emocionada, falou da gratidão pelos anos de convívio com a homenageada e pela oportunidade de dividir experiências e conhecimentos.
“Só tenho a reafirmar por essa conquista tão merecida. Essa fase é resultado de muita dedicação e compromisso. Que esta nova fase que se inicia na sua vida seja marcada por saúde, alegrias e novas descobertas. Seu legado de trabalho e sabedoria ficará para sempre em nossos corações. Parabéns e seja muito feliz. É só gratidão que tenho no meu coração por ter convivido com a senhora. Vai fazer muita falta passar naquele corredor (de gabinetes) e não ver a senhora lá”, confidenciou a desembargadora Denise Bonfim.
Embora ausente em ação do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo no município de Brasiléia, o desembargador Francisco Djalma também fez questão de prestar sua homenagem à desembargadora Eva Evangelista, em mensagem que foi lida pelo Cerimonial do TJAC.
“Minha cara desembargadora Eva Evangelista, em 1987 quando aqui cheguei tive a honra de ser recebido por vossa excelência. O empenho e dedicação buscando sempre o crescimento do Poder Judiciário estão refletidos aqui. São 49 anos de dedicação e zelo em relação ao Judiciário. A história de Vossa Excelência se mistura com a própria história do Judiciário. A magistratura se ressente de saudades hoje de uma de suas grandes juízas, que deixará uma grande lacuna (…) A saudade já reina entre nós”, registrou o desembargador Francisco Djalma.
O corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, parabenizou a desembargadora Eva Evangelista pela passagem do seu aniversário e relembrou momentos especiais vividos ao lado da homenageada, a quem chamou de “luz e farol” do Poder Judiciário do Estado do Acre.
“Eu poderia nessa fala destacar as virtudes da nossa homenageada. Seus ensinamentos e orientações permearam a minha trajetória. Eu cheguei em 2002 com a desembargadora Eva já decana. São mais de duas décadas de convívio harmonioso. Falar da carreira da nossa homenageada é uma tarefa difícil pela trajetória ímpar no Estado do Acre e Brasil. Sua dedicação e entrega são únicas. A desembargadora Eva viu e participou dos acontecimentos mais importantes que fizeram parte do Poder Judiciário e do Estado do Acre. Vou sentir falta, sim, da minha colega de corredor, vizinha de gabinete, mas, neste momento, me sinto confortável e grato pois Vossa Excelência é um farol e nos deixa um legado”, mencionou o corregedor-geral da Justiça.
Em seguida, o presidente da Asmac, Gilberto Matos, discorreu sobre o significado da palavra gratidão para descrever o quanto a magistratura do Estado do Acre tem a agradecer pelo exemplo da homenageada que exerceu durante quase cinco décadas as atividades judicantes como “um verdadeiro sacerdócio”.
“Hoje é dia de despedida, mas mais que isso, é um dia de celebração. A nossa década que desde 1975 se dedica à judicatura e à Justiça acreana. Seu empenho, sua energia e a alegria com que se dedicou às atividades do Judiciário se tornaram a sua marca registrada (…). Nos despedimos de Vossa Excelência não com um adeus, mas com um carinhoso ‘até logo’”, assinalou o presidente da Asmac.
Já a defensora-geral da DPE, Simone Santiago, abordou o papel da desembargadora decana como uma voz sempre ativa em defesa dos mais vulneráveis e um exemplo e inspiração para todas as mulheres do Acre.
“Nós celebramos a trajetória de uma mulher que escreveu seu nome na história da Justiça acreana e do Brasil. A primeira das primeiras, pioneira na magistratura. Ao longo de quase cinco décadas atuou mostrando que as mulheres podem ir além das expectativas tradicionais, ocupando espaços legados apenas aos homens. A senhora não apenas abriu as portas da Justiça, as escancarou. Mas sua trajetória vai mais além, em defesa das mulheres, no Projeto Cidadão reflete seu compromisso com o povo acreano. Hoje celebramos sua trajetória, mas sua missão não acaba aqui, suas ações ecoarão por muito tempo, nos inspirando”, comentou a defensora-pública geral.
Presidente da OAB Seccional Acre, o advogado Rodrigo Aiache felicitou a homenageada por seu aniversário e assinalou o pioneirismo da desembargadora Eva Evangelista e sua dedicação às causas das minorias e, em especial, das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
“Em primeiro lugar lhe parabenizo por mais um aniversário. É uma alegria e honra compartilhar o convívio com a senhora. A senhora é uma mulher admirável, à frente de seu tempo. Uma mulher que de fato fez Justiça e que se confunde com a própria história da Justiça do Acre. A Justiça acreana vai sempre viver com o legado que a senhora deixou”, ponderou o presidente da OAB/AC
O procurador-geral adjunto de Justiça Celso Gerônimo, que na ocasião representou o Ministério Público do Acre (MPAC), enalteceu a trajetória da decana que, segundo ele, deixou um impacto transformador na sociedade acreana, pavimentando o caminho da magistratura para o ingresso de outras mulheres no Poder Judiciário e a luta contra a invisibilidade da parcela mais vulnerável da população.
“Durante a sua vitoriosa carreira, Eva Evangelista terminou por simbolizar a determinação diante das adversidades, como a primeira mulher magistrada na história do Poder Judiciário do Estado, ela pavimentou o caminho para futuras mulheres. Sua presença foi um marco para a igualdade de gênero no nosso Estado. A busca por dignidade e Justiça encontrou em Eva Evangelista uma importante aliada. Seu legado continuará a nos guiar e inspirar. Muito obrigado”, falou o procurador-geral adjunto do MPAC.
Convidada de honra, a desembargadora Maria Cesarineide, vice-presidente do Tribunal do Trabalho da 14ª Região, abordou o caráter otimista, o legado, o pioneirismo e a capacidade da homenageada em encarar e superar desafios e obstáculos.
“Foi a primeira mulher a ingressar na magistratura acreana, uma mulher que já lutava pelos direitos das mulheres quando eu ainda era sua aluna. Vossa excelência é aquela magistrada vocacionada que mesmo no final da carreira o coração ainda bate por Justiça. O tempo não é maior que histórias, legados que a senhora deixa para esta e outras gerações. Hoje celebramos as conquistas da desembargadora Eva Evangelista, poucos, muitos poucos terão a oportunidade de chegar onde você chegou e semear o que vossa excelência semeou. Uma carreira honrosa, digna não só do Tribunal de Justiça do Acre, mas do Poder Judiciário do brasileiro. Que a senhora seja muito feliz e vai continuar sendo, porque quem planta colhe e sua luz é grandiosa, vai continuar brilhando”, salientou a vice-presidente do TRT-14..
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, deputado estadual Luiz Gonzaga, assinalou a extrema relevância da decana do TJAC para o Poder Judiciário, bem como seu exemplo de força, dedicação e Justiça ao longo de quase cinco décadas.
“A desembargadora Eva Evangelista é uma pessoa de extrema relevância para o Poder Judiciário do Acre. Ela não apenas fez parte, mas moldou e influenciou a trajetória da Justiça no nosso Estado. Não é só a primeira mulher na magistratura, é exemplo de dedicação. Ela tocou incontáveis vidas, seja por decisões ou pelo exemplo que oferece. O legado de Eva vai além dos Tribunais, ela abriu caminhos, transformou o Judiciário, para tornar a Justiça mais acessível e humana. O sentimento é de gratidão, sua aposentadoria marca o fim de um ciclo brilhante. Em nome da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, de todos os deputados, da sociedade acreana, agradeço por tudo que fez e faz por nós. Seu exemplo continuará nos inspirando e suas contribuições jamais são esquecidas”, frisou o presidente da Aleac.
Por sua vez, o governador do Estado, Gladson Cameli, externou que palavras não são suficientes para demonstrar a gratidão dos acreanos pela trajetória exemplar da desembargadora Eva Evangelista no exercício da magistratura, do serviço público e, notavelmente, na luta pelos direitos dos cidadãos.
“Por mais palavras que se possa usar em um discurso, não vou conseguir expressar a gratidão que temos pela desembargadora Eva Evangelista. Que vida exemplar, que vida inspiradora para todos nós que testemunhamos a história de uma mulher que pratica a verdadeira justiça. Vossa excelência representa a força das mulheres acreanas (…). Os meus sinceros desejos que o exemplo da magistrada, da mulher, mãe e avó que a senhora é possa servir para nova geração de juristas acreanos. A senhora não está dando adeus, é apenas um até logo. E esse até logo é porque a senhora ainda tem muito a contribuir com esse diamante que é o Brasil e o Acre”, reconheceu Gladson Cameli.
A homenageada, por sua vez, confessou que sentirá saudades do exercício da magistratura, mas se disse feliz e grata por todas as oportunidades, amigos, colegas que fez no Poder Judiciário acreano. A decana do TJAC também agradeceu aos servidores, estagiários, colaboradores terceirizados por todo apoio e carinho recebido durante seus 49 anos de exercício das atividades judicantes.
“Eu agradeço às autoridades, as estaduais, as federais, as municipais, aos que estão aqui representados ou não se encontram presentes, aos membros dos poderes executivos, legislativos e judiciários, aos membros do Ministério Público, as procuradorias do Estado, dos municípios, da Defensoria Pública Estadual, as autoridades civis e militares (…) Também aos amigos e amigas que fiz, aos cooperadores, colaboradores da rede de proteção à mulher, das redes do projeto cidadão, da justiça comunitária, do combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, da Comissão de Soluções Fundiárias, servidores do Poder Judiciário e dos órgãos do sistema de justiça, cidadãos e cidadãs, nossos jurisdicionados, aqueles que têm fome e sede de Justiça. Só posso dizer que destes últimos dias, destes últimos tempos, eu só levo gratidão. Gratidão ao colegiado, aos meus pares (…). Ser juiz é vocação, não é emprego. Aqueles que compreendem como um emprego a magistratura, eles não serão felizes jamais, porque é essencialmente vocação. Eu despeço-me da jurisdição, reiterando a Deus, glorificando o seu santo nome, porque ele me deu a vida. Eu despeço-me da jurisdição feliz, contente, porque fiz o que estava ao alcance das minhas forças”, concluiu a desembargadora Eva Evangelista.