GERAL
Diretor do Saerb detalha situação da ETA-2 e esforços para evitar colapso no abastecimento de água em Rio Branco
Enoque Pereira, diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), abordou nesta sexta-feira (3) a situação crítica da Estação de Tratamento de Água (ETA-2) e da estrutura da ETA-1, afetada por processos de erosão nas margens do Rio Acre. Segundo Pereira, medidas emergenciais estão em andamento para garantir a continuidade do abastecimento de água na capital, enquanto se buscam recursos para uma solução definitiva.
De acordo com o diretor, a ETA-2, que tem capacidade para produzir mil litros de água por segundo, é essencial para o abastecimento da cidade, inclusive para o funcionamento da ETA-1, que depende parcialmente do suporte da primeira estação. “A ETA-1 produz 600 litros por segundo, mas, para operar plenamente, precisa da água da ETA-2. Hoje, são enviados 277 litros por segundo da ETA-2 para a ETA-1, o que permite atender a uma grande parte da cidade, incluindo áreas centrais e a baixada”, explicou.
A ETA-1 enfrenta, no entanto, problemas graves causados pela erosão do barranco onde está localizada. Pereira destacou que o avanço do desbarrancamento ameaça a estrutura e coloca em risco a continuidade do serviço. “Se o desbarrancamento progredir, pode comprometer toda a área, incluindo o entroncamento das tubulações. Estamos nos preparando para reagir de forma rápida, adquirindo novos sistemas de captação, os chamados CEPAD, para reduzir o risco e manter a operação”, afirmou.
O diretor explicou que o Saerb está em busca de recursos junto ao governo federal para realizar uma obra definitiva, avaliada em R$ 10 milhões. “Estamos alinhados com o governo do estado, que dispõe de recursos remanescentes de uma reforma anterior. Caso não consigamos o recurso federal, vamos usar esse remanescente para executar a obra o mais rápido possível”, informou.
Entre as possíveis soluções definitivas está a construção de uma nova estrutura de captação a cerca de 150 metros rio abaixo, em uma área fora de risco de erosão, com acesso concreto para máquinas. “Essa mudança permitirá corrigir problemas rapidamente e garantirá mais segurança ao sistema de captação”, disse Pereira.
Embora a situação seja preocupante, Pereira garantiu que o abastecimento de água não será interrompido por longos períodos. “Se houver paradas, serão de 12 a 24 horas, no máximo. Recentemente, tivemos uma interrupção de 14 horas, mas conseguimos resolver graças ao empenho da equipe do Saerb”, afirmou.
O diretor também ressaltou que o saneamento é historicamente uma área que carece de investimentos significativos. “O custo é alto, e muitas vezes os recursos não chegam. Estamos trabalhando para evitar o colapso e garantir que a população de Rio Branco não fique sem água”, concluiu.