GERAL
Dona Vivi, uma acreana de Epitaciolândia, é uma das primeiras estilistas do Estado, com seus desenhos dignos da alta costura
Jorge Natal, especial para o AcreNews
Ela é uma mulher de fibra, o que podemos chamar de exemplo de chefe de família. Mãe de sete filhos (três homens e quatro mulheres), como a maioria dos acreanos, é filha de nordestinos e passou a maior parte da vida morando em seringais. Nessas andanças, ensinava para as filhas tudo que sabia: costurar, bordar, cozinhar e sempre dizia que uma mulher tinha que ser prendada. Para os meninos ensinava boas maneiras: dizia que a virtude de um homem estava no seu caráter, na responsabilidade. Ela é uma personagem marcante no município de Epitaciolândia.
Dona Maria Virginia, para os amigos Dona Vivi, de 88 anos, tinha alguns propósitos na vida. Porém tinha um que julgava prioritário: colocar os sete filhos na escola. Dizia que queria dar a eles as oportunidades que ela não teve. Os anos se passaram, ela mudou para a cidade e, como ela costuma dizer, colocou o pé no batente e começou a costurar para empresas como as Casas Castro e Neto. Fazia “calças coringa” para extrativistas. “Todo dia eu tinha que ter o dinheirinho para os meninos pagarem a catraia”, lembrou a matriarca.
Hoje ela é empresária no ramo de malharia. Não teve o saber formal, mas a inteligência e o empreendedorismo são exemplos para as novas gerações. Dona Vivi teve a honra de entregar, para todos os filhos, os diplomas universitários nas mais diversas áreas: Biologia, História, Pedagogia, Letras, Direito, Economia, Matemática e Psicologia. E hoje sua felicidade continua ao ver suas netas e netos se formando em Medicina.