“É uma injustiça total, uma condenação política”, diz Bocalom sobre decisão do STF

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), classificou como “injustiça total” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro em ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. Para o gestor, não há fundamento jurídico que sustente a sentença, que considera parte de uma perseguição política para impedir a candidatura de Bolsonaro em 2026.

“Se vê que o ministro mostrou lá que não tem fundamento nenhum. A condenação dele não tem como. Primeiro, porque está sendo julgado no lugar errado, ele não é mais presidente, tinha que ser julgado por um juiz de primeira instância. Segundo, não há provas. Nenhuma prova de que houve uma tentativa de golpe. Que golpe é esse, se não teve um tanque na rua, se não teve um revólver, se não encontraram uma arma de fogo? Que diabo de golpe é esse? Golpe com batom não existe, golpe com batom não existe”, disse Bocalom.

O prefeito também ironizou a condução das investigações, citando a prisão de manifestantes. “Foi apenas uma jornalista que ficou presa, coitadinha, apenas com uma caneta e um papel na mão pra escrever sobre o que estava acontecendo. E mais: dizer que um golpe poderia ser dado por pessoas de 70, 80 anos? Realmente é pura perseguição política”, afirmou.

Segundo Bocalom, a condenação tem motivação eleitoral. “É uma coisa pra não deixar o Bolsonaro ser candidato. Porque se esse Bolsonaro for candidato em 2026, ele ganha a eleição. O povo brasileiro é cristão, e cristão é de direita”, completou.

O julgamento no STF, que dividiu opiniões, manteve as sentenças contra Bolsonaro e outros investigados sob o argumento de que os atos atentaram contra a democracia e o Estado de Direito. Para os ministros, ainda que não tenha havido uso de armas, houve incitação à ruptura institucional, organização de atos e ataques a prédios dos Três Poderes.

A decisão, no entanto, reacendeu a polarização no debate político brasileiro. Aliados do ex-presidente, como Bocalom, sustentam a tese de que não houve tentativa de golpe e de que as condenações seriam um movimento de caráter político. Já para os ministros do Supremo, trata-se de responsabilização criminal pelos eventos que abalaram a estabilidade institucional do país.