POLÍTICA
Edvaldo Magalhães confirma participação em audiência sobre saúde em Feijó e apresenta moção de solidariedade à ministra Marina Silva
Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (28), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) fez uma fala em que abordou temas de grande relevância local e nacional. Inicialmente, confirmou presença na audiência pública que será realizada no dia 9 de junho, em Feijó, para discutir a situação da saúde pública no município. A audiência é promovida pela Câmara Municipal e buscará soluções para os problemas enfrentados na atenção básica e nos serviços de média e alta complexidade.
“Deputado Adailton Cruz, quero dizer à Vossa Excelência que estarei presente na audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores de Feijó. Vamos tratar de temas urgentes relacionados à saúde, algo que há tempos temos alertado e que precisa de solução imediata”, afirmou Edvaldo, reforçando o compromisso com a população do interior e a necessidade de uma atuação integrada dos órgãos públicos para reverter a precariedade do sistema.
Na sequência, o parlamentar voltou suas atenções para o cenário nacional e manifestou repúdio ao tratamento desrespeitoso que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebeu durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.
Edvaldo lembrou que Marina iniciou sua trajetória política no Acre e que sua postura sempre foi marcada pela firmeza no debate e pelo respeito à diversidade de opiniões. “Assistimos ontem a um verdadeiro espetáculo de horrores. Marina foi humilhada em um ambiente que deveria promover o diálogo e o respeito. Foi atacada com misoginia e preconceito por aqueles que usam o ódio quando faltam argumentos”, criticou.
Em resposta ao episódio, Edvaldo apresentou uma moção de solidariedade à ministra, lida e aprovada em plenário. “Ela marcou época nesta casa e, mesmo sendo incisiva, sempre respeitou seus colegas. O que vimos no Senado foi uma tentativa de diminuição, com frases inaceitáveis como ‘ponha-se no seu lugar’. Marina entrou naquele debate com dignidade e saiu gigante. O Brasil está reprovando essa postura arrogante e autoritária”, completou.
O parlamentar ainda fez um paralelo entre a atual crise democrática e um episódio simbólico ocorrido no Acre durante a tentativa de reeleição do ex-governador Jorge Viana. Ele relembrou a madrugada em que a candidatura foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral e o impacto popular que se seguiu. “Era uma hora da manhã quando a notícia saiu, e ainda ao amanhecer, a praça em frente ao Palácio Rio Branco estava lotada. Era tanta gente que não havia sequer palanque. Improvisamos dois cavaletes com três tábuas para dar voz à multidão, e ali se formou um ato espontâneo e histórico.”
Nesse mesmo episódio, segundo Edvaldo, Marina Silva também discursou para conter os ânimos exaltados da população. “Ela subiu em cima dos cavaletes, levantou o braço e disse: ‘Eu sou Maria Osmarina da Silva’. E citou a Bíblia, o evangelho de João, dizendo: ‘É melhor sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça’. Isso mostra quem é Marina, a grandeza moral dela. Ela podia ter inflamado aquela multidão, mas preferiu o caminho da paz e da consciência”, relembrou emocionado.
Edvaldo concluiu sua fala defendendo a importância de líderes políticos que priorizam o diálogo e o respeito, mesmo nos momentos mais difíceis. “Diante de tudo isso, é nosso dever reconhecer e nos solidarizar com figuras públicas que, como Marina, enfrentam a intolerância com dignidade. E também reafirmar nossa vigilância e compromisso com a democracia e com o povo do Acre”, finalizou
Texto: Andressa Oliveira/Agência Aleac
Foto: Ismael Medeiros